Brasil – Mato Grosso do Sul III: Corumbá

3º dia – Corumbá: do centro histórico ao Rio Paraguai

Depois de almoçar, nos despedimos da Pousada Santa Clara e nos dirigimos rumo a Corumbá, para ficarmos no Santa Mônica Palace Hotel. Após o check-in no hotel, nos preparamos para visitar os principais pontos da cidade. Mas, antes de falar sobre nossa experiência, vamos conhecer um pouco mais da história de Corumbá.

Corumbá

Distância (da Pousada Santa Clara): 153 km. Duração: 3 horas.

Corumbá, cujo nome significa “banco de cascalho” em tupi-guarani, abriga 115.000 habitantes, o que a torna o quarto município mais populoso do estado. Além disso, ocupa uma posição singular: é o único em toda a Região Centro-Oeste a fazer fronteira com dois paísesParaguai e Bolívia.

De fato, com seus 64.721,7 km² de extensão, Corumbá supera em tamanho países como Suíça ou Eslovênia. Isto a coloca como o 11º maior município do Brasil e o maior da Região Centro-Oeste. Assim, localizada estrategicamente às margens do rio Paraguai, a cidade se consolidou como o principal porto fluvial do estado e um dos mais relevantes do país.

Não por acaso, Corumbá também se destaca como um vibrante polo cultural, onde se misturam influências indígenas, sul-americanas (principalmente paraguaias e bolivianas), além de contribuições árabes, italianas e portuguesas. Conhecida como a “Capital do Pantanal”, por abrigar vastas áreas dessa rica biodiversidade, a cidade também carrega o apelido de “Cidade Branca”, em alusão ao solo claro e calcário da região.

Origens históricas e importância estratégica

A história de Corumbá remonta ao século XVI, quando, em 1593, os espanhóis fundaram a efêmera cidade de Santiago de Xerez e diversas missões jesuíticas — destruídas posteriormente por bandeirantes luso-paulistas. Mais tarde, em 1774, fundaram um povoado na foz do rio Ipané, no contexto das acirradas disputas territoriais entre portugueses e espanhóis.

Nesse cenário, em 1778, surgiu oficialmente o primeiro núcleo urbano da cidade, sob o nome de Vila de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque, fundado pelo sargento-mor Marcelino Rois Camponês.

Graças à sua localização, no último trecho navegável do rio Paraguai, Corumbá cresceu rapidamente no final do século XIX e início do XX, impulsionada pela exportação de borracha da Amazônia. Ao mesmo tempo, a cidade desempenhou papel essencial como entreposto fluvial para Cuiabá e Cáceres, dois importantes centros comerciais da época.

Com tamanho protagonismo, Corumbá chegou a ser considerada, ainda que brevemente, possível capital do estado de Mato Grosso. Inclusive, por um curto período, o parlamento estadual chegou a ser transferido para lá, reforçando sua centralidade histórica e política na região.

A Praça da Independência: o jardim de Corumbá

No coração da cidade de Corumbá, encontramos a Praça da Independência, também conhecida como Jardim da Independência. Construída no início do século XX, essa praça histórica está decorada com quatro esculturas de mármore , que representam as estações do ano. Na praça também estão homenageados os heróis brasileiros da Guerra do Paraguai e da Segunda Guerra Mundial.

Um dos destaques da praça é a estátua de Antônio Maria Coelho. Ele foi um dos heróis da Guerra do Paraguai, com papel importante na defesa de Mato Grosso do Sul e na consolidação das fronteiras brasileiras. Outro ponto de destaque é a Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, cuja construção foi finalizada em 1950 e revitalizada em 2017.

Durante nossa visita, observamos que os lagos da praça estavam secos e o ambiente ao redor estava bastante árido, reflexo das condições climáticas do momento.

Praça da República: um marco histórico de Corumbá

A Praça da República é um importante marco histórico, cenário da batalha final da retomada de Corumbá em 1867 durante a Guerra da Tríplice Aliança. Foi neste local que o tenente-coronel Antônio Maria Coelho, liderando uma tropa brasileira vinda de Cuiabá, expulsou os invasores paraguaios em 13 de junho de 1867, marcando o início do processo de expulsão definitiva das tropas paraguaias do solo de Mato Grosso do Sul.

A praça foi oficialmente construída em 1924, ocupando uma área de quase seis mil metros quadrados. Antes disso, o local era uma fortificação militar que desempenhou um papel crucial na defesa da cidade. Hoje, a praça abriga um obelisco de mármore em homenagem aos heróis da Guerra do Paraguai, representando a vitória brasileira.

Além do obelisco, a praça possui outros monumentos, como a Catedral de Nossa Senhora da Candelária, um edifício de grande valor religioso e histórico. Assim, esta catedral, construída no estilo neogótico e recentemente revitalizada, é um dos marcos arquitetônicos de Corumbá.

Porto Geral: charme à beira do Rio Paraguai

Visitar o Porto Geral de Corumbá é uma experiência única, onde você pode curtir a brisa suave do Rio Paraguai e mergulhar na rica arquitetura histórica que remonta aos tempos áureos do comércio fluvial, quando era o terceiro maior porto fluvial do continente sul-americano.

O destaque dessa região é o Casario do Porto Geral, um conjunto arquitetônico que é uma verdadeira jóia do centro histórico. Datado de uma época em que a cidade era um dos principais centros econômicos e culturais do Pantanal, o casario foi revitalizado para preservar seu valor histórico e cultural. Hoje, o espaço abriga bares, lojas de artesanato e proporciona uma vista deslumbrante do rio e do pôr do sol.

Lindas vistas na Praça Generoso Ponce

Após visitar o Porto Geral e admirar o conjunto arquitetônico histórico, subimos em direção à Praça Generoso Ponce, um dos principais cartões-postais da cidade de Corumbá. A praça oferece um espaço de tranquilidade e umas vistas excelentes do Rio Paraguai.

A Praça Generoso Ponce destaca-se pelos monumentos que homenageiam figuras importantes da história local e pelo charme do coreto central, onde muitas vezes se realizam eventos culturais e apresentações musicais.

Vistas do rio Paraguai na Praça Generoso Ponce

Finalizamos nosso dia descendo novamente ao Porto Geral, onde aproveitamos um jantar maravilhoso no Zezin’s Gastropub. Lá, saboreamos um delicioso pintado ao urucum, um dos pratos típicos da região, enquanto desfrutávamos de um espetacular pôr do sol às margens do Rio Paraguai. Foi a combinação perfeita de sabores regionais e uma vista deslumbrante, tornando o fim do dia ainda mais especial.

Conheça o resto de nossa aventura por Mato Grosso do Sul nos links abaixo:

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