4º dia – Rumo à Serra do Amolar
Começamos o dia bem cedo, com destino à Serra do Amolar, uma das regiões mais espetaculares do Pantanal. Para essa aventura, contratamos a Amolar Experience, uma empresa altamente profissional que organiza passeios em parceria com o Instituto do Homem Pantaneiro, uma organização dedicada à conservação da região. Vale destacar que para visitar o local, é preciso pagar uma taxa ao instituto, que auxilia na preservação do Pantanal.
Deixamos nosso carro na Marina do Gelson e de lá partimos em uma lancha rápida, rumo à nossa primeira parada: a Escola Jatobazinho. O trajeto até lá durou aproximadamente duas horas e meia, navegando pelos rio Paraguai, em meio a uma natureza exuberante e paisagens de tirar o fôlego.
No entanto, infelizmente, nos deparamos com os incêndios que estavam acontecendo na região, e foi impossível ignorar a devastação: passamos por áreas completamente queimadas, o que nos deixou com uma sensação de impotência diante dessa realidade.
Escola Jatobazinho: um projeto de educação e preservação no Pantanal
Ao chegarmos à Escola Jatobazinho, ficamos encantados ao conhecer um projeto tão importante para a região. Com o apoio institucional e financeiro da Fundação Avina, em novembro de 2007 foi criado o Acaia Pantanal, com o objetivo de promover ações para o desenvolvimento humano e social e também contribuir para a conservação do bioma Pantanal. Uma antiga pousada às margens do Rio Paraguai foi adquirida e cedida em comodato para que o Acaia Pantanal iniciasse suas atividades.
Em 2009, com o apoio da Secretaria de Educação do Município de Corumbá, iniciaram-se as atividades da Escola Jatobazinho. A escola combina o ensino formal com Oficinas Socioeducativas no contraturno, trabalhando habilidades e competências essenciais para o exercício da cidadania.
Após a visita à Escola Jatobazinho, infelizmente tivemos um inconveniente inesperado durante o passeio. A lancha que nos levava sofreu uma pane no motor, impossibilitando a continuação do trajeto. Diante disso, tivemos que esperar por mais de três horas até que outra lancha fosse trazida de Corumbá.
Com essa demora, o plano de tomar banho no Rio Paraguai-Mirim precisou ser adiado para o retorno, o que acabou ajustando um pouco nosso cronograma. Apesar do contratempo, seguimos para a Serra do Amolar, prontos para aproveitar as belas paisagens e experiências que nos aguardavam.
Chegada em Acurizal: a entrada da Serra do Amolar
Após o imprevisto com a lancha, conseguimos retomar nossa viagem em direção à tão esperada Serra do Amolar. No entanto, antes de chegarmos ao nosso destino final, fizemos uma parada estratégica na Fazenda Serra Negra, onde fomos presenteados com vistas deslumbrantes da serra e do majestoso Rio Paraguai.
Seguindo nossa viagem, finalmente chegamos a Acurizal, uma antiga fazenda que foi adaptada para o turismo, oferecendo uma experiência única e imersiva no coração do Pantanal. Lá, tivemos a oportunidade de apreciar um pôr do sol espetacular, com vistas de tirar o fôlego da paisagem pantaneira. No entanto, um pequeno contratempo: a quantidade de mosquitos, mesmo fora da alta temporada de insetos, foi um desafio. Felizmente, logo pudemos relaxar com uma taça de vinho, e em seguida, desfrutamos de um delicioso jantar.
Foi, sem dúvidas, um encerramento perfeito para o dia, cercado por uma atmosfera relaxante, nos preparando para as novas aventuras que nos aguardavam no dia seguinte.
5º dia – As maravilhas da Serra do Amolar
Acordamos bem cedo e tomamos um café da manhã reforçado para encarar o nosso primeiro dia explorando a Serra do Amolar, uma das áreas mais preservadas e de grande relevância ecológica no Pantanal. Mas, antes de começar a jornada, vale a pena conhecer um pouco mais sobre essa região única.
Nos encontramos na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Acurizal. Esta região está estrategicamente situada entre Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e a fronteira com a Bolívia, formando um corredor ecológico de extrema relevância.
A criação da RPPN se justifica pela importância ecológica da Serra do Amolar, que possui características geográficas únicas, diferenciando-se da planície pantaneira por suas formações rochosas imponentes que dominam a paisagem. Essa transição abrupta entre áreas alagadas e morrarias cria um dos ecossistemas mais fascinantes do Pantanal, tornando a preservação da Serra do Amolar uma prioridade essencial para a manutenção da biodiversidade local.
O relevo da região é formado por morrarias que atingem até 750 metros de altitude, cercadas pela vasta planície pantaneira. O clima alterna entre duas estações bem definidas: uma quente e úmida, e outra fria e seca. A vegetação é um mosaico de mata semidecidual, cerradão, campos alagados e mata seca nas encostas dos morros, proporcionando um cenário deslumbrante.
A fauna da RPPN é igualmente diversa, com uma rica variedade de animais de grande porte, principalmente aves, mamíferos e répteis. Jacarés, tuiuiús, araras vermelhas, capivaras, antas, e até onças-pintadas podem ser avistados, tornando a região um verdadeiro santuário natural. Além disso, o local é rico em invertebrados, como borboletas e abelhas nativas, que contribuem para o equilíbrio ecológico desse paraíso pantaneiro.
Mirante da Acurizal: vistas espetaculares da Serra do Amolar
Após o café, iniciamos nossa subida por uma das montanhas que circundam a Acurizal. O percurso nos leva até o topo, onde somos recompensados com vistas deslumbrantes de todo o vale, do Rio Paraguai e de seus braços serpenteando pela imensa planície alagada do Pantanal.
Embora a subida exija algum esforço físico, ela é acessível e não tão difícil. O panorama lá de cima faz valer cada passo, oferecendo uma experiência que realmente tira o fôlego.
Após descer do mirante, continuamos nossa jornada por uma trilha de 6 quilômetros que nos levou até o vale, onde passa um riacho. Durante o percurso, pudemos observar várias aves típicas da região mas, infelizmente, não tivemos a sorte de ver nenhum mamífero.
Na volta, fomos surpreendidos com um carro adaptado que nos aguardava para nos levar de volta à pousada. Antes, porém, havia uma parada especial: um piquenique delicioso, para que pudéssemos recuperar as energias.
Baía Gaíva: encerrando o dia com um pôr do sol inesquecível
Após o almoço e um merecido descanso, partimos para um safari fluvial rumo à Baía Gaíva. O passeio foi encantador, com avistamentos de animais, incluindo uma diversidade de aves e muitos jacarés.
A chegada à Baía Gaíva, pelo Rio Paraguai, foi simplesmente espetacular. O cenário ao redor é de tirar o fôlego, um verdadeiro tesouro natural na fronteira entre o Brasil e a Bolívia. Ao final da tarde, tivemos o privilégio de assistir a um pôr do sol deslumbrante, acompanhado de um delicioso vinho branco. O momento foi mágico, deixando a paisagem ainda mais impressionante.
Após o pôr do sol, retornamos para Acurizal, com a sensação de termos vivido uma experiência única e inesquecível. Esse foi, sem dúvida, um dos pontos altos da nossa jornada pela Serra do Amolar.
6º dia – Rio Paraguai-Mirim, retorno a Corumbá e Campo Grande
Distância (de Corumbá a Campo Grande): 426 km. Duração: 5 horas e 45 minutos.
Chegou o dia de retornar a Campo Grande. Para isso, acordamos bem cedo, e antes de nos dirigirmos a Corumbá, seguimos para um banho refrescante no Rio Paraguai-Mirim.
Banho nas águas cristalinas do Rio Paraguai-Mirim
Após duas horas e meia de navegação, chegamos ao Rio Paraguai-Mirim. Durante o percurso no rio, avistamos alguns jacarés camuflados nas margens, observando tranquilamente nossa passagem.
Nosso destino final foi um banco de areia em meio às águas claras e transparentes do Paraguai-Mirim, onde pudemos aproveitar um delicioso banho. Cercado por uma paisagem deslumbrante, com a calma e serenidade típicas do Pantanal, esse mergulho foi uma forma perfeita de encerrar nossa aventura pela região.
Após o banho refrescante no Rio Paraguai-Mirim, voltamos a Corumbá pelo Rio Paraguai em uma viagem de cerca de três horas. Chegando à cidade, fizemos uma pausa para almoçar e recuperar as forças antes de pegar a estrada rumo a Campo Grande.
Conheça o resto de nossa aventura por Mato Grosso do Sul nos links abaixo: