Brasil – Mato Grosso do Sul V: Campo Grande

Chegamos na noite anterior a Campo Grande e nos hospedamos novamente no Brumado Hotel, que oferece uma excelente relação qualidade-preço. Antes de descansar, fomos jantar novamente na Casa do Peixe, onde degustamos um delicioso caldinho de piranha e saboreamos um peixe típico da região.

7º dia – Explorando Campo Grande

Iniciamos nosso último dia de viagem com um café da manhã no Brumado Hotel e nos preparamos para conhecer os principais pontos turísticos da capital. Mas antes, vamos contar um pouco da história fascinante dessa cidade.

Campo Grande

Campo Grande é conhecida como Cidade Morena por conta da coloração avermelhada ou roxa de sua terra. Fundada por mineiros em busca de campos férteis e água cristalina, a cidade tornou-se um polo estratégico no desenvolvimento do estado. Campo Grande foi planejada em meio a vastas áreas verdes, com ruas largas, avenidas arborizadas e jardins entre suas vias. Hoje, é uma das cidades mais arborizadas do Brasil, com 96,3% das casas contando com a sombra de árvores.

A cidade tem uma população de cerca de 910 mil habitantes, sendo o principal centro impulsionador da atividade econômica e social de Mato Grosso do Sul. De fato, sua qualidade de vida atraiu descendentes de diversas nacionalidades, como espanhóis, italianos, japoneses, sírio-libaneses, armênios, paraguaios e bolivianos, além de pessoas vindas de outros estados do Brasil.

A história de Campo Grande começa com José Antônio Pereira, que chegou à região em 1872, atraído pelas terras férteis da Serra de Maracaju. Em 1875, ele trouxe sua família e outros colonos para a região, formando o Arraial de Santo Antônio do Campo Grande. Assim, as primeiras casas e ruas começaram a surgir ao redor da igrejinha de pau-a-pique que Pereira construiu como promessa.

A cidade se desenvolveu rapidamente a partir de 1879, com novas caravanas de mineiros e a chegada das primeiras fazendas. Em 26 de agosto de 1899, Campo Grande foi emancipada politicamente, tornando-se um importante polo de desenvolvimento da região.

Hoje, Campo Grande é uma cidade moderna, com rica diversidade cultural e infraestrutura que a posiciona como um dos principais centros econômicos e sociais do Centro-Oeste. Ao passear pela cidade, é possível ver limites da linha do horizonte, uma das características marcantes de sua localização em planalto.

A colorida Praça das Araras

A Praça das Araras é, sem dúvida, um dos pontos turísticos mais icônicos de Campo Grande. Inaugurada em 1964, ela se destaca pelas esculturas de três araras criadas pelo artista plástico Clair Ávila. Desde então, as aves — símbolo da rica fauna pantaneira — se tornaram uma verdadeira homenagem à biodiversidade do Mato Grosso do Sul.

Praça das Araras
Igreja do Perpétuo Socorro: símbolo religioso em Campo Grande

A Igreja do Perpétuo Socorro é um dos mais importantes pontos de devoção da cidade. Inaugurada em 1951, a igreja se tornou famosa por ser o local das novenas dedicadas à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. O interior da igreja é marcado por belas vidraças coloridas e um ambiente sereno que convida à reflexão e à oração.

Igreja do Perpétuo Socorro
Parque das Nações Indígenas: um refúgio na cidade

Inaugurado em 1993, o Parque das Nações Indígenas é uma das maiores áreas verdes urbanas do Brasil, com 119 hectares. Dentro do parque, destacam-se atrações como o Monumento Cavaleiro Guaicuru, uma imponente escultura de 7 metros que homenageia os índios Guaicurus. Além disso, o parque abriga dois importantes museus: o Museu de Arte Contemporânea de Campo Grande e o Museu das Culturas Dom Bosco.

O parque também oferece cenários naturais impressionantes, como sua barragem e pequenas cascatas, enfeitadas por jardins floridos. Além disso, se encontra o Monumento ao Índio, um obelisco em forma de zarabatana, celebrando as culturas indígenas de Mato Grosso do Sul.

Parque das Nações Indígenas
O monumental aquário do Bioparque Pantanal

Projetado para ser o maior aquário de água doce do mundo, o Bioparque Pantanal é uma obra grandiosa localizada dentro do Parque das Nações Indígenas. As obras começaram em 2011, mas enfrentaram anos de interrupções, sendo finalmente concluídas em abril de 2022.

Com uma área construída de 19 mil m², o complexo abriga 33 tanques, dos quais 23 são internos e 8 externos, totalizando cerca de 5 milhões de litros de água, onde vivem diversas espécies aquáticas representando a biodiversidade pantaneira. Além disso, o Aquário oferece outras atrações, como um museu interativo, biblioteca, auditório, sala de exposições e laboratórios de pesquisa, transformando o espaço em um importante ponto turístico e educacional da cidade.

A entrada ao Bioparque é gratuita, mas para garantir o acesso, é necessário realizar um registro online prévio para gerar um QR Code, que será utilizado na liberação da entrada. Para se registrar e garantir sua visita, acesse o site: agendamentobioparquepantanal.ms.gov.br

O mundo animal na Praça Pantaneira

Localizada no mesmo quarteirão da Prefeitura de Campo Grande, a Praça Pantaneira encanta especialmente o público infantil com suas diversas estátuas de animais do Pantanal. Essas esculturas são obras do artesão Levi Batista do Nascimento, que capturou a fauna pantaneira em detalhes. Além de educar sobre os animais locais, como o jacaré e a arara, a praça é um ponto de diversão e aprendizado, proporcionando uma conexão visual com a rica biodiversidade da região.

História e monumentos na Praça da República

A Praça da República, também conhecida como Praça do Rádio, é um importante marco no centro de Campo Grande. Aqui, destaca-se a Estátua de Vespasiano Barbosa Martins, uma homenagem ao ex-governador de Mato Grosso do Sul, reconhecido pelo seu papel no desenvolvimento do estado. Ademais, outro destaque é o Monumento da Imigração Japonesa, uma estrutura que representa uma casa típica japonesa. Este último foi inaugurado em 1979, para celebrar os 70 anos de imigração japonesa no Brasil e ressaltar a contribuição cultural japonesa à região.

Além desses, a praça também abriga um monumento dedicado à Rota de Integração Latino-americana (RILA). Este simboliza a conexão e integração entre países da América Latina, reforçando a posição estratégica de Campo Grande como ponto de convergência cultural e comercial.

Praça da República - Praça do Rádio
Praça Ary Coelho: coração histórico da cidade

A Praça Ary Coelho é um dos locais mais icônicos e tradicionais do centro de Campo Grande. Essa praça, criada no início do século XX, possui uma fonte central. Também destaca-se a estátua de Ary Coelho, jornalista e político importante para Campo Grande, que dá nome ao local.

Praça Ary Coelho
A emblemática Avenida Afonso Pena

A Avenida Afonso Pena é um dos principais cartões-postais de Campo Grande, destacando-se pela sua importância histórica e urbanística. Essa avenida representa o desenvolvimento e o crescimento da capital do Mato Grosso do Sul, sendo um dos principais eixos de circulação e comércio da região.

Letreiro na Avenida Afonso Pena

Entre seus monumentos icônicos, encontramos o Obelisco, construído em homenagem aos fundadores de Campo Grande e inaugurado em 26 de agosto de 1933. Esse monumento, projetado pelo Engenheiro Newton Cavalcante e erguido durante a gestão do prefeito Ytrio Corrêa da Costa, simboliza o respeito e reconhecimento àqueles que ajudaram a fundar a cidade. Em 26 de setembro de 1975, o Obelisco foi oficialmente tombado como Patrimônio Histórico de Campo Grande, preservando seu valor cultural e histórico.

Outro ponto notável é o Relógio Central. Originalmente localizado na confluência da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena, esse relógio era um símbolo da cidade e ponto de referência onde aconteciam grandes reuniões e comícios. Embora o relógio original tenha sido demolido, uma réplica foi inaugurada em 2000, lembrando o original que media 5 metros de altura, com quatro faces que marcavam o tempo para os cidadãos.

Artesanato pantaneiro na Casa do Artesão

A Casa do Artesão está situada em um prédio histórico de 1923. Esse local oferece uma experiência única para quem deseja explorar o melhor do artesanato sul-mato-grossense, com peças que representam não só a cultura local, mas também de destinos famosos da região, como Bonito e o Pantanal. É o lugar ideal para comprar lembranças e apreciar a diversidade da produção artesanal, como esculturas, peças em cerâmica, bijuterias e objetos decorativos.

Casa do Artesão
O casarão e centro cultural Morada dos Baís

A Morada dos Baís é um charmoso casarão histórico, construído em 1918, o prédio foi inicialmente residência da família de Bernardo Franco Baís. Hoje, sob a administração do SESC/MS, funciona como um espaço vibrante de cultura e gastronomia, oferecendo ao público uma programação rica em exposições de arte, sessões de cinema e eventos culturais.

Morada dos Baís
O histórico Palácio Maracaju

O Palácio Maracaju destaca-se como um dos edifícios mais emblemáticos da cidade. Construído na década de 1920, o prédio foi projetado com uma arquitetura neoclássica, refletindo o estilo de época e o crescimento urbano de Campo Grande. Esse prédio foi um dos marcos durante a Revolução Constitucionalista de 1932, servindo como sede administrativa do então Estado de Maracaju.

Palácio Maracaju
História na Catedral de Santo Antônio

A Catedral Metropolitana de Campo Grande tem suas raízes na antiga Paróquia de Santo Antônio, criada em 7 de abril de 1912. Essa história, no entanto, começou bem antes, quando José Antônio Pereira, fundador da cidade e devoto de Santo Antônio, fez uma promessa durante sua passagem por Santana de Paranaíba. Ao ajudar a combater uma epidemia e manter sua saúde preservada, ele prometeu erguer uma igreja dedicada ao santo. Assim, em 1878, ele cumpriu sua promessa e construiu a primeira igreja, inaugurada pelo padre Julião Urquia, vindo de Nioaque.

Com o passar dos anos, a igreja passou por várias transformações. Em 1922, os fiéis substituíram a construção original por uma nova estrutura, que passou a ser chamada de Matriz de Santo Antônio. Mais tarde, em 1977, problemas estruturais levaram à demolição da matriz e ao início de uma nova fase: a construção do templo com o desenho atual.

Finalmente, em 1991, a visita pastoral do Papa João Paulo II marcou um momento histórico. Durante essa visita, a igreja foi oficialmente consagrada como a Catedral Metropolitana de Campo Grande, fortalecendo ainda mais sua importância religiosa, histórica e simbólica para a cidade.

Catedral de Santo Antônio
Sabor regional no Mercadão de Campo Grande

O Mercado Municipal Antônio Valente, mais conhecido como Mercadão de Campo Grande, é um dos principais pontos de encontro para quem busca ingredientes frescos e produtos típicos da região. Inaugurado em 1958, o Mercadão conta atualmente com 114 bancas e 77 boxes que oferecem uma grande variedade de produtos, desde hortifrutigranjeiros até peixes frescos típicos do Pantanal.

A história do Mercadão remonta a uma feira livre, que funcionava nas margens dos trilhos da Noroeste do Brasil até a década de 1950. De fato, criaram o mercado para centralizar essa atividade, facilitando o acesso a produtos locais. Em 2006, o Mercadão passou por uma revitalização que preservou seu papel como centro cultural e gastronômico de Campo Grande. Hoje, além de compras, é um local para quem deseja experimentar os sabores de Mato Grosso do Sul, como o famoso peixe pacu assado e a linguiça de Maracaju.

Mercadão de Campo Grande
Tradição gastronómica na Feira Central de Campo Grande

A Feira Central de Campo Grande, carinhosamente chamada de Feirona, é um dos principais centros de tradição cultural e gastronômica da cidade. Coordenada pela comunidade okinawana, a feira combina as raízes japonesas com a culinária local, criando um espaço único. Aqui se destacam delícias regionais como o famoso sobá e o tradicional espetinho com mandioca amarela.

A Feira Central, declarada patrimônio cultural e imaterial de Campo Grande em 2017, oferece, além das opções gastronômicas, artesanato e uma variedade de produtos típicos de Mato Grosso do Sul.

Ainda, no local, se encontra o Monumento ao Sobá, uma homenagem à cultura japonesa e à relevância do prato na gastronomia da cidade.

Patrimônio Histórico: Estação Ferroviária e Casa da Ferrovia de Campo Grande

A Estação Ferroviária de Campo Grande, inaugurada em 1914, representa um dos marcos históricos mais importantes da cidade. Desde sua construção, ela desempenhou um papel crucial no desenvolvimento econômico e social da região. Na época, a estação surgiu com o objetivo de facilitar o transporte de mercadorias e passageiros pela Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Com isso, Campo Grande passou a se integrar mais facilmente com outras regiões do país, consolidando-se, assim, como um ponto estratégico no Centro-Oeste.

Além disso, a arquitetura da estação, que reflete o estilo do início do século XX, permanece até hoje como símbolo do auge ferroviário brasileiro e da expansão rumo ao interior.

Logo ao lado, encontra-se a Casa da Ferrovia, um edifício que, no passado, serviu como alojamento e ponto de apoio aos trabalhadores da ferrovia. Hoje, o espaço preserva e compartilha as memórias das famílias e dos ferroviários que ali viveram.

A Orla Ferroviária: antiga estrada de ferro

Localizada ao longo do antigo traçado da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB), essa área tem como objetivo preservar e homenagear a importância das ferrovias para o desenvolvimento da cidade. Assim, com uma extensão significativa, a Orla abrange diversos monumentos históricos, murais artísticos e espaços de lazer. Além de ser um local para passeios ao ar livre, a Orla Ferroviária oferece uma bela vista para a antiga Estação Ferroviária e outros edifícios históricos.

Orla Ferroviária de Campo Grande
Monumento dos Imigrantes: o marco da fundação de Campo Grande

O Monumento dos Imigrantes, também conhecido como Monumento Carro de Boi, está situado na Praça dos Fundadores, um espaço que, aliás, carrega profundo valor simbólico para a cidade de Campo Grande. Desde sua criação em 1996, o monumento marca o ponto de chegada das primeiras famílias migrantes vindas de Minas Gerais, que, com coragem e esperança, vieram desbravar a região.

Por isso, o local se tornou um verdadeiro marco da memória local. A escultura, desenvolvida pelas artistas plásticas Neide Ono e Marisa Oshiro Tibana, retrata com fidelidade um carro de boi, meio de transporte amplamente utilizado pelos colonizadores que ajudaram a moldar a identidade da cidade.

Monumento dos Imigrantes - Monumento Carro de Boi

Retorno a Brasília

Após explorar as riquezas de Campo Grande e repletos de lembranças, nos dirigimos ao Aeroporto Internacional de Campo Grande para o retorno a Brasília, encerrando esta aventura maravilhosa.

Aeroporto Internacional de Campo Grande

Conheça o resto de nossa aventura por Mato Grosso do Sul nos links abaixo:

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