15º dia – Explorando em Osaka a imponência do seu Castelo, o burburinho de Minami, os templos de Tennoji, o mirante de Abeno e a elegante Nakonashima
Após um café da manhã caprichado no Onyado Nono Osaka Yodoyabashi, especialmente com as opções de peixes e frutos do mar que eu adoro, nos preparamos para mais um dia de descobertas na cidade.

Primeiramente, começamos pela imponente fortaleza do Castelo de Osaka (Osakajo), símbolo da cidade e carregado de história. Depois seguimos para o bairro de Minami, onde a energia urbana contrasta com os templos que exploramos em Tennoji. Também passeamos por Abeno, uma área moderna e comercial que oferece uma outra faceta de Osaka. No fim do dia, voltamos para uma caminhada tranquila por Nakanoshima, que fica logo ao lado do hotel.
Castelo de Osaka: história e poder no coração da cidade
Horário Castle Tower: 09:00 – 16:30 horas. Aberto todos os dias. Horário Nishinomaru Garden: 09:00 – 17:00 horas. Segunda-feira fechado.
Logo pela manhã, seguimos rumo ao Castelo de Osaka (Osakajo), um dos cartões-postais mais emblemáticos da cidade. Assim, situado em meio a um parque verdejante e amplo, ele é um verdadeiro símbolo da história japonesa.
Dessa forma, para entender sua importância, é preciso voltar ao final do século XVI. Assim, a construção do castelo teve início em 1583, exatamente no local onde ficava o Templo Ishiyama Honganji, destruído treze anos antes por Oda Nobunaga. Em seu lugar, Toyotomi Hideyoshi, um dos mais influentes líderes da história do Japão, ergueu o castelo com a intenção de fazer dele o centro de um novo Japão unificado sob seu comando. De fato, na época, tratava-se da maior construção do gênero em todo o país.
No entanto, nem tudo saiu como o planejado. Poucos anos após a morte de Hideyoshi, o clã Tokugawa lançou um ataque decisivo, destruindo o castelo em 1615 e encerrando a linhagem Toyotomi. Mesmo assim, a história do Osakajo estava longe de terminar. Na década de 1620, Tokugawa Hidetada ordenou a reconstrução do castelo, mas a torre principal foi atingida por um raio em 1665 e novamente destruída por um incêndio. Por muitos anos, o local permaneceu sem a majestosa torre que o caracterizava.


A reconstrução moderna
Somente em 1931, já no século XX, o castelo foi reconstruído em concreto armado. Durante a Segunda Guerra Mundial, sobreviveu milagrosamente aos bombardeios que devastaram grande parte da cidade. Posteriormente, em 1997, passou por extensas obras de restauração, devolvendo ao castelo o brilho e a imponência que tem hoje.
Atualmente, a torre conta com um interior moderno, elevadores que garantem acessibilidade e um museu informativo que mergulha o visitante na trajetória de Toyotomi Hideyoshi e na própria história do castelo.

Por outro lado, o castelo vai muito além da sua torre. Ao redor, encontram-se cidadelas secundárias, portões monumentais, torres defensivas, impressionantes muros de pedra e fossos que reforçam o caráter militar da construção.
Um destaque à parte é o Jardim Nishinomaru, situado na antiga cidadela ocidental. Trata-se de um jardim gramado que abriga cerca de 600 cerejeiras, uma casa de chá tradicional, a antiga Osaka Guest House e vistas maravilhosas da torre principal do castelo. Diferentemente do restante do parque, esse jardim exige o pagamento de uma taxa para entrada.
Minami: luzes, sabores e tradição no coração de Osaka
Depois da visita ao Castelo de Osaka, seguimos para o vibrante distrito de Minami, o centro do entretenimento e da vida noturna da cidade. Localizado nos arredores da Estação Namba, Minami — que significa literalmente “sul” — é um dos lugares mais animados e imperdíveis de Osaka. Com uma enorme variedade de lojas, restaurantes, mercados e ruelas cheias de charme, este bairro representa a essência urbana e pulsante da cidade.
Dotonbori: o cartão-postal mais iluminado de Osaka
Nossa primeira parada foi em Dotonbori, provavelmente o ponto mais icônico da cidade. Esta famosa rua, que corre paralela ao canal de mesmo nome, é um dos destinos turísticos mais populares de Osaka. Ao cair da noite, as luzes de neon e letreiros mecânicos dão vida ao cenário, criando uma atmosfera única e quase futurista. Afinal, os dois símbolos mais fotografados da área são o Running Man da Glico e o enorme caranguejo mecânico do restaurante Kani Doraku, que se movem sobre as fachadas com um charme quase kitsch que se tornou clássico.


Dotonbori também é conhecida como um verdadeiro paraíso gastronômico, com opções para todos os gostos — desde sushi e ramen até os famosos takoyaki e okonomiyaki, que são especialidades locais.
Amerikamura: a Harajuku de Osaka
A poucos passos dali, descobrimos a excêntrica Amerikamura, ou simplesmente “Amemura”. Atualmente, este bairro alternativo é considerado a versão osakaense de Harajuku, em Tóquio. De fato, aqui, o que impera é a moda jovem, ousada e criativa. Assim, o ambiente é descontraído e cheio de personalidade, com cafés estilosos, brechós, lojas de roupas urbanas e muita arte de rua. Afinal, é um ótimo lugar para observar tendências culturais e o estilo único da juventude japonesa.

Hozenji Yokocho: tradição escondida entre ruelas
Como contraste ao clima moderno de Amemura, encontramos um cantinho encantador de tradição e silêncio: o Hozenji Yokocho. Ademais, este pequeno distrito, composto por dois becos estreitos de cerca de 80 metros cada, está repleto de restaurantes tradicionais e izakayas.
Ali também está o Templo Hozenji, um recanto espiritual onde os visitantes e comerciantes jogam água sobre as estátuas cobertas de musgo para atrair sorte e proteção.

Kuromon Ichiba: o mercado que é uma festa para os sentidos
Depois de visitar o Templo, caminhamos até o famoso Kuromon Ichiba, um mercado público coberto com mais de 150 lojas. Assim, estendendo-se por cerca de 600 metros, o mercado é conhecido por sua impressionante variedade de peixes, frutos do mar, carnes, frutas, doces típicos e comidas prontas para consumo na hora.
Enquanto caminhávamos pelos corredores, era impossível não se deixar levar pelos aromas e pelas vitrines chamativas. Entre os destaques: patas de caranguejo grelhadas, ostras frescas, yakitori, ouriço-do-mar, sushi, enguias e, claro, takoyaki. Além disso, havia também opções doces, frutas frescas e algumas barracas vendendo lembrancinhas e artigos para casa.

Depois de tanto caminhar e explorar as delícias visuais e olfativas do Kuromon Ichiba, nada melhor do que uma pausa para recarregar as energias com uma refeição típica. Finalmente, escolhemos uma pequena lanchonete tradicional, com balcão simples e aquele aroma de caldo quente no ar.
No cardápio, pedimos dois tipos diferentes de udon, o macarrão espesso de trigo servido em caldo aromático, que é uma verdadeira instituição da culinária japonesa. Cristina foi de Kitsune Udon, coberto com aburaage — tofu frito levemente adocicado — além de alga e cebolinha. Já eu fui de Nishin Udon, que leva um filé de arenque cozido em molho adocicado de soja, além de algas wakame.

Para acompanhar, recebemos pequenos pratos com tsukemono (picles japoneses), incluindo takuan (picles de nabo amarelo) e picles escuros, além de uma porção de okara, um preparado à base da polpa da soja com vegetais.
Uma pausa espiritual no Templo Isshinji
No meio da agitação urbana de Osaka, encontramos um verdadeiro refúgio de paz no Templo Isshinji, localizado no distrito de Tennoji, próximo ao parque e ao famoso Templo Shitennoji. Embora menos conhecido pelos turistas, o Isshinji surpreende por sua atmosfera serena e por um detalhe bastante singular: ele abriga estátuas de Buda feitas com as cinzas de fiéis falecidos. Afinal, essa prática, iniciada no final do século XIX, reflete uma tradição profundamente comovente de homenagem e continuidade espiritual.



O contraste entre o moderno e o tradicional é outro aspecto marcante do templo. A entrada exibe um portão contemporâneo, com esculturas metálicas ousadas que dão um ar quase futurista ao espaço sagrado. No interior, entre lanternas, pequenas oferendas e o murmúrio das preces, o ambiente convida à introspecção.
Shitennoji: o templo que conecta o Japão moderno às suas raízes espirituais
Horário: 08:30 – 16:00 horas. Aberto todos os dias.
Durante nossa caminhada por Tennoji, fizemos questão de visitar o Templo Shitennoji, um dos mais antigos do Japão e considerado o primeiro templo budista oficialmente fundado pelo estado. De fato, ele foi estabelecido em 593 pelo Príncipe Shotoku, uma figura central na história japonesa, responsável por apoiar a introdução do budismo no país. Ao longo dos séculos, os edifícios do templo foram consumidos por incêndios diversas vezes, mas sempre foram cuidadosamente reconstruídos com base no projeto original do século VI, preservando sua estrutura e simbolismo.



O acesso ao terreno externo do templo é gratuito, e já ali sentimos a imponência e a serenidade do lugar. No entanto, para explorar o recinto interno, o Jardim Gokuraku-jodo e a Casa do Tesouro, é necessário pagar uma pequena taxa de entrada — o que vale cada centavo. No pátio de seixos do recinto interno, encontramos o belo pagode de cinco andares, que pode ser acessado por dentro, e o Salão Principal (Kondo), onde está consagrada uma estátua de Kannon representando o próprio Príncipe Shotoku. A poucos passos dali, nos encantamos com o Jardim Gokuraku-jodo, inspirado nas descrições do Paraíso Ocidental do Buda Amida, um espaço contemplativo, harmonioso e cheio de simbolismo. Ademais, para os interessados em arte sacra e história, a casa do tesouro oferece exposições temáticas com pinturas, escrituras e outros artefatos preciosos ligados à longa história do templo.
Abeno Harukas: vistas panorâmicas no topo de Osaka
Horário: 09:00 – 22:00 horas. Aberto todos os dias.
Depois de conhecer Shitennoji, continuamos com uma visita ao imponente Abeno Harukas, um dos marcos mais modernos e impressionantes da cidade. De fato, com seus 300 metros de altura, foi o arranha-céu mais alto do Japão desde sua inauguração em 2014 até 2023.
Além de abrigar uma loja de departamentos, um museu, um hotel e restaurantes, o grande destaque é, sem dúvida, o mirante Harukas 300. Assim, a plataforma de observação ocupa os três últimos andares do prédio (do 58º ao 60º) e pode ser acessada por um elevador panorâmico. Lá em cima, no 60º andar, somos presenteados com uma vista de 360 graus da cidade de Osaka por meio de enormes painéis de vidro que vão do chão ao teto. Além disso, o 58º andar encanta com uma área interna espaçosa, com deck de madeira, um café agradável e um ambiente relaxante que convida a sentar e aproveitar o cenário.

Nakanoshima: pontes, rios e jardins no coração de Osaka
Depois de um dia repleto de história, cultura e paisagens urbanas impressionantes, decidimos finalizar nossa jornada de forma mais calma e contemplativa em Nakanoshima, uma estreita ilha fluvial situada entre os rios Dojima e Tosabori, perto do nosso hotel Onyado Nono Osaka Yodoyabashi. Embora esteja localizada bem no centro da cidade, Nakanoshima é conhecida por sua atmosfera mais serena e elegante. À medida que o sol começava a se pôr, seguimos para uma caminhada pelas margens da ilha, apreciando a arquitetura das pontes que conectam Nakanoshima ao restante da cidade.
Primeiramente, cruzamos a elegante Tenjinbashi Bridge, que proporciona belas vistas do rio e dos arranha-céus ao fundo. Em seguida, caminhamos até a Barazono Bridge, outra ponte emblemática da região. Por fim, passamos um tempo no Nakanoshima Park, um dos parques mais agradáveis da cidade. O parque é bem arborizado, com jardins floridos, fontes, e bancos. Depois desse passeio tranquilo — e já sentindo o cansaço do dia — retornamos ao hotel, onde pudemos descansar e recarregar as energias.



Nosso roteiro no Japão
Descubra mais sobre nossa viagem pelo Japão clicando nos links abaixo:
- Japão I – Tóquio: Shinjuku e Shibuya
- Japão II – Tóquio: Chiyoda, Ueno, Akihabara e Roppongi
- Japão III – Tóquio: Sumida, Asakusa e Odaiba
- Japão IV – Tóquio: Shiba, Chuo e Ginza
- Japão V – Monte Fuji
- Japão VI – Takayama: Old Town
- Japão VII – Takayama: Higashiyama Walking Course e Hida Folk Village
- Japão VIII – Kanazawa: Kenrokuen Garden e Kanazawa Castle
- Japão IX – Kanazawa: Nagamachi Samurai District, Nishi Chaya District e Higashi Chaya District
- Japão X – Kyoto: Palácios Imperiais, Castelo Nijo, Pavilhão Dourado, Templo Toji e Torre de Kyoto
- Japão XI – Kyoto: Fushimi Inari, Higashiyama e Gion
- Japão XII – Kyoto: Arashiyama e Estação de Kyoto
- Japão XIII – Nara
- Japão XIV – Osaka: Shinsekai, Tenma e Nakazakicho
- Japão XVI – Kobe
- Japão XVII – Hiroshima
- Japão XVIII – Miyajima