Nova Zelândia IV – Franz Josef Glacier

No quarto e quinto dias da nossa jornada pela Nova Zelândia, deixamos Christchurch para trás, enfrentamos o clima desafiador dos Alpes do Sul e cruzamos paisagens cinematográficas até alcançar a charmosa vila de Franz Josef. Apesar do tempo instável, conseguimos explorar mirantes, trilhas e lagos glaciais.

4º dia – De Christchurch à Costa Oeste: montanhas, lagos e geleiras

Saímos do Tuscana Motor Lodge, em Christchurch, logo pela manhã, sob uma chuva persistente. Enquanto dirigíamos pela icônica State Highway 73, que cruza os Alpes do Sul através do Arthur’s Pass, alguns flocos de neve começaram a cair, transformando a paisagem em um cartão-postal. De fato, a combinação de chuva, frio e neve exigiu atenção redobrada na direção, especialmente nas subidas sinuosas e nas descidas com curvas fechadas.

Castle Hill: beleza mística sob chuva e vento

Nossa primeira parada foi em Castle Hill (Kura Tāwhiti), um conjunto impressionante de formações calcárias que emergem do solo como esculturas naturais. A colina recebeu esse nome por causa da imponente variedade de pedras calcárias na área que lembram um antigo castelo de pedra em ruínas. A fachada da Catedral de ChristChurch foi feita deste calcário.

O local é considerado sagrado pelos maoris e é famoso tanto pela sua importância espiritual quanto pela aparência surreal, que lhe rendeu o apelido de “Stonehenge da Nova Zelândia“. Contudo, naquele momento, ventava muito e a chuva forte nos impediu de fazer qualquer trilha. Ainda assim, descemos do carro por alguns minutos e tiramos fotos do local.

Castle Hill, Nova Zelândia.
Arthur’s Pass: mirantes e paisagens alpinas

Prosseguindo pela estrada, começamos a subir até o ponto mais alto da travessia: o Arthur’s Pass. Com o tempo começando a melhorar, conseguimos parar em alguns mirantes (Otira Valley e Otira Gorge) ao longo do caminho e apreciar as montanhas e os vales. A vista dos rios e das encostas verdes criava um contraste incrível com as nuvens baixas e os picos cobertos por neve recente.

Lagos Wahapo e Mapourika: espelhos d’água na Costa Oeste

Depois de cruzar os Alpes, o tempo firmou. Já nos aproximando de Franz Josef, fizemos duas paradas rápidas: a primeira no tranquilo Lago Wahapo, cercado por florestas nativas; e a segunda no majestoso Lago Mapourika, onde as águas calmas refletiam as montanhas distantes. O Lago Mapourika foi criado há aproximadamente 14.000 anos, quando a geleira recuou após uma significativa era glacial.

Franz Josef Village: uma base charmosa entre as montanhas

No fim da tarde, chegamos à Franz Josef Village, uma pequena vila alpina que serve como base para explorar o Franz Josef Glacier. Fizemos o check-in no Alpine Glacier Motel e logo saímos para explorar os arredores. A vila, apesar de pequena, tem infraestrutura turística completa, com lojinhas, cafés e vistas espetaculares das montanhas.

Cron Street em Franz Josef Village, Nova Zelândia.

Os maoris locais chamavam a área de Waiau, que significa águas turbulentas. Na década de 1860, Sir Julius von Haast nomeou a Geleira Franz Josef em homenagem ao Imperador da Áustria Franz Joseph I da Áustria. A cidade Franz Josef recebeu então o nome da geleira. Após a aprovação do Ngāi Tahu Claims Settlement Act 1998, o nome da cidade foi oficialmente alterado para Franz Josef / Waiau.

Durante o passeio, visitamos a charmosa Our Lady of the Alps Church, uma pequena igreja católica, inaugurada em 1951, com interior simples, mas rodeada por um cenário natural impressionante. É semelhante em estilo às igrejas de montanha suíças com um telhado inclinado para eliminar a neve e com contrafortes proeminentes.

Our Lady of the Alps Church em Franz Josef Village, Nova Zelândia.

Em seguida, aproveitamos o tempo restante para fazer a Terrace Walk, uma trilha curta e encantadora que serpenteia por uma floresta densa de samambaias e árvores nativas. O caminho, úmido e coberto por vegetação exuberante, oferece vistas elevadas sobre o vale e o rio Waiho. O aroma da floresta e o som das águas ao longe criam uma atmosfera mágica perfeita para um final de tarde.

Finalizamos com uma visita à Waiho River Bailey Bridge, uma ponte metálica sobre o rio glacial, que oferece vistas do curso de água esbranquiçado e veloz.

Waiho River Bailey Bridge em Franz Josef Village, Nova Zelândia.

5º dia/1 – Franz Josef Glacier: caminhadas e natureza glacial

No dia seguinte, com tempo firme e céu parcialmente aberto, acordamos cedo e já fizemos o check-out no Alpine Glacier Motel. Assim, logo saímos para explorar o principal atrativo da região: o Franz Josef Glacier, um dos glaciares mais acessíveis do mundo, localizado no Westland Tai Poutini National Park.

Franz Josef Glacier Walk: trilha até o mirante do gigante de gelo

O glaciar Franz Josef (Ka Roimata o Hinehukatere, “As lágrimas de Hinehukatere” em maori), juntamente com o glaciar Fox situado 20 km para sul, tem como característica o fato de descer desde os Alpes do Sul até apenas 240 metros acima do nível do mar por uma floresta húmida temperada. A área circundante aos dois glaciares são Património da Humanidade pela UNESCO.

Atualmente o glaciar possui 12 km de comprimento e termina a 19 km do Mar da Tasmânia. Exibe um padrão cíclico de avanços e recuos motivado pelas diferenças entre o volume de gelo perdido por fusão, no término do glaciar, e o volume de neve que alimenta a sua zona mais elevada. Após haver recuado alguns quilómetros entre a década de 1940 e a década de 1980, o glaciar entrou num período de avanço em 1984.

Iniciamos a caminhada pela popular Franz Josef Glacier Walk, uma trilha moderada que atualmente leva até um mirante localizado a cerca de 15 a 20 minutos da base da geleira, já que o trecho final está interditado por questões de segurança. Ao longo do percurso, paramos no ponto panorâmico de Sentinel Rock, de onde tivemos uma vista privilegiada da geleira e da paisagem ao redor.

Final da Franz Josef Glacier Walk, Nova Zelândia.
Peter’s Pool e Douglas Walk: reflexos e floresta úmida

Antes de finalizar os passeios nesta área, aproveitamos para visitar a belíssima Peter’s Pool, uma pequena lagoa de origem glacial. Quando o vento está calmo, suas águas funcionam como um espelho perfeito, refletindo o topo da geleira e as montanhas ao fundo.

Peter's Pool, no Glaciar Franz Josef, na Nova Zelândia.

Encerramos esta etapa percorrendo parte da Douglas Walk, uma trilha que segue pela floresta úmida e oferece diferentes perspectivas do vale glacial, com destaque para o som constante das águas que descem das geleiras.

Douglas Walk, no Glaciar Franz Josef, na Nova Zelândia.

Após explorarmos as trilhas e paisagens de Franz Josef, seguimos viagem rumo à região do Glaciar Fox.

Nosso roteiro na Nova Zelândia

Descubra mais sobre nossa viagem pela Nova Zelândia clicando nos links abaixo:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Translate »