Nova Zelândia XII – Mount Cook

11º dia/2 – Trilha pelo Lago Tasman

Apesar de não termos preparado nenhuma trilha para esse dia, decidimos fazer a do Lago Tasman e Blue Lakes, pois não estava chovendo nesse momento, e não sabíamos como iria estar o tempo no dia seguinte.

Aoraki Mount Cook National Park

O Parque Nacional Mount Cook/Aoraki, criado em 1953, está localizado na região dos Alpes do Sul, no centro da Ilha Sul da Nova Zelândia. Com uma área de 707 km², ele protege não apenas o Mount Cook/Aoraki, a montanha mais alta do país com 3.724 metros, como também as maiores geleiras da Nova Zelândia. Situado dentro da região de Te Wāhipounamu, reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO, o parque abriga um clima alpino, muitas vezes instável e frio.

Trilhas Blue Lakes e Tasman Glacier
Iniciando pelos mirantes do Lago Tasman

Chegamos de carro à região das trilhas Blue Lakes e Tasman Glacier, uma das mais conhecidas da região. Começamos o percurso pelos mirantes que proporcionam uma vista espetacular do Lago Tasman, formado pelo degelo da maior geleira do país, o Tasman Glacier, com cerca de 23 km de extensão.

Explorando os Blue Lakes

Seguimos então para os Blue Lakes, pequenos lagos que, apesar do nome, exibem atualmente uma coloração esverdeada. Isso acontece porque, no passado, eram abastecidos pelas águas glaciais ricas em minerais, o que lhes dava um tom azul. Com o recuo da geleira, os lagos passaram a ser alimentados pela água da chuva, o que modificou sua tonalidade. O caminho até ele, porque atualmente só existe um lago, tem algumas subidas, mas é relativamente curto.

Blue Lakes, no Aoraki Mount Cook National Park, Nova Zelândia.

Com base nas indicações do nosso mapa, tentamos contornar os lagos (ou onde ficavam os lagos) por uma trilha lateral. Contudo, percebemos que ela estava mal sinalizada e visivelmente pouco utilizada. Foi um desafio seguir adiante, pois em alguns momentos a trilha praticamente desaparecia. Mesmo assim, com atenção e insistência, conseguimos completar o percurso.

Caminhada até o Rio e Lago Tasman

Em seguida, retomamos a trilha principal e seguimos rumo às margens do Lago Tasman. No caminho, alcançamos primeiro um mirante elevado, de onde se tem uma ampla visão do lago, do Rio Tasman e da extremidade do glaciar. Depois, descemos até a beira do rio e do lago, onde conseguimos observar com mais detalhes os blocos de gelo flutuando.

Exaustos depois das trilhas, voltamos ao Aoraki Mount Cook Alpine Lodge para descansar e repor as energias para o dia seguinte.

12º dia – Trilhas com vistas para os lagos Mueller e Hooker

No décimo segundo dia de viagem, acordamos cedo. O céu estava completamente encoberto e uma fina garoa caía sobre o vilarejo, anunciando um clima instável. Mesmo assim, já nos dirigimos de carro para realizar a primeira trilha do dia: a Hooker Valley. Além dessa trilha, exploramos outras: caminhamos pela Kea Point e por trechos da Sealy Tarns e Ball Hut Road, sempre cercados por montanhas, lagos glaciais e cenários impressionantes.

Hooker Valley Track (parcial)

Para nossa decepção, descobrimos logo no início que a trilha estava interditada por risco de deslizamentos, situação que já havia ocorrido em outras ocasiões. A notícia nos deixou frustrados, pois a Hooker Valley é um dos principais atrativos do Parque.

Hooker Valley Track no Aoraki Mount Cook National Park, Nova Zelândia.

Apesar disso, resolvemos aproveitar o que era possível e caminhamos até a primeira ponte pênsil. Durante o trajeto, passamos pelo Alpine Memorial, um pequeno monumento em homenagem aos montanhistas que perderam a vida na região. Também conseguimos observar as paisagens espetaculares no mirante do Mueller Lake.

Em seguida, descemos até as margens do Rio Hooker, cujas águas glaciais cortavam o vale. Mesmo sem completar a trilha, o esforço valeu a pena. Afinal, a paisagem ao redor continuava impressionante, com montanhas imponentes.

Rio Hooker e Mueller Lake, na Hooker Valley Track no Aoraki Mount Cook National Park, Nova Zelândia.
Kea Point Track

Como já estávamos naquela região do Parque, decidimos seguir pela Kea Point Track, uma trilha de fácil acesso que parte do mesmo ponto inicial da Hooker Valley. Apesar do tempo continuar nublado e com garoa leve, seguimos animados.

A trilha tem cerca de 3 km (ida e volta) e é praticamente plana, o que facilita bastante a caminhada. Aos poucos, o cenário vai se abrindo e revelando uma vista panorâmica do Mueller Lake, um lago glaciar de cor esbranquiçada, alimentado pelo derretimento das geleiras próximas. No fim da trilha, no mirante de Kea Point, encontramos uma plataforma com vistas espetaculares para o Mueller Lake, o glaciar Mueller e, quando o tempo colabora, para o Mount Sefton e até o Mount Cook. No nosso caso, como o céu ainda estava bem fechado, não conseguimos ver os picos mais altos, mas mesmo assim a paisagem compensou o esforço.

Sealy Tarns Track

Depois de completarmos a Kea Point Track e ainda com certo fôlego, decidimos encarar mais um desafio: a Sealy Tarns Track. Sabíamos que esta trilha era bem mais exigente, com subidas constantes e centenas de degraus, mas resolvemos tentar pelo menos até o primeiro mirante.

A Sealy Tarns Track é conhecida pelo apelido de “escada para o céu” — e não é à toa. Com aproximadamente 2.200 degraus e mais de 500 metros de ganho de elevação, ela exige bastante preparo físico. A cada curva e a cada lance de escada, a paisagem se transforma e revela vistas cada vez mais espetaculares.

Ao alcançarmos o primeiro mirante, nos deparamos com uma visão deslumbrante: de um lado, o Mueller Lake; do outro, o Hooker Lake, mais ao fundo, e toda a cadeia de montanhas ao redor. Mesmo com o tempo fechado, as nuvens deram um tom dramático à paisagem, tornando tudo ainda mais impressionante.

Sealy Tarns Track, no Aoraki Mount Cook National Park, Nova Zelândia.

Infelizmente, o cansaço já começava a pesar, e o fato de não termos levado nenhum lanche — nem uma simples barrinha de cereal — dificultou a continuidade. Apesar da vontade de subir mais, percebemos que era hora de descer. Ainda assim, valeu muito a pena. A trilha exigiu esforço, mas nos ofereceu uma das paisagens mais impactantes do Parque Nacional. Ficou a vontade de voltar um dia e completá-la até o topo.

Almoço no Hotel Hermitage: pausa merecida com vista privilegiada

Após descermos da Sealy Tarns Track e já com a energia no limite, decidimos que era hora de fazer uma pausa para o almoço. Pegamos o carro e seguimos em direção ao Mount Cook Village, na esperança de repetir no restaurante The Old Mountaineer’s Café. No entanto, para nossa surpresa, o local estava fechado.

Diante disso, optamos por almoçar no Hotel Hermitage, um dos estabelecimentos mais tradicionais da vila. A escolha acabou sendo excelente. O restaurante oferecia um almoço estilo buffet livre, com várias opções de pratos quentes, saladas frescas e sobremesas. Embora o preço fosse um pouco mais elevado do que estávamos acostumados, a variedade e a qualidade dos alimentos compensaram totalmente.

Além disso, almoçar com aquelas vistas espetaculares para as montanhas, mesmo sob céu nublado, foi uma experiência memorável. Recarregamos as energias com comida saborosa e, de quebra, aproveitamos o conforto e a atmosfera acolhedora do restaurante.

Hotel Hermitage, Aoraki / Mount Cook Village.
Ball Hut Road (até o mirante do Glaciar Tasman)

Depois de recarregarmos as energias, sentíamos que ainda havia tempo e disposição para mais uma aventura. Por isso, decidimos explorar uma trilha menos conhecida: a Ball Hut Road, uma antiga estrada que segue em direção ao Glaciar Tasman, margeando o leito do Rio Tasman.

Inicialmente, a trilha parecia simples, com um terreno relativamente plano. No entanto, à medida que avançávamos, o caminho começou a se mostrar mais desafiador do que imaginávamos. Por conta das chuvas dos dias anteriores, várias partes estavam alagadas, o que nos obrigava a fazer desvios pela vegetação densa ou a caminhar por trechos enlameados. Em alguns momentos, tivemos que cruzar arbustos baixos e áreas irregulares, o que exigiu atenção redobrada.

Avançamos até um mirante natural com vista direta para o Glaciar Tasman, em um trecho isolado e silencioso do Parque. Como o dia já se aproximava do fim e a luz começava a diminuir, decidimos iniciar o retorno. Mesmo com o cansaço acumulado ao longo do dia, terminamos essa última trilha com a sensação de missão cumprida.

Depois da trilha, seguimos direto para o nosso hotel, o Aoraki Mount Cook Alpine Lodge, onde aproveitamos para um descanso mais do que merecido.

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