Nova Zelândia V – Fox Glacier

5º dia/2 – Fox Glacier: trilhas, reflexos e praias selvagens

Na segunda metade do quinto dia, após explorarmos a geleira de Franz Josef pela manhã, seguimos rumo ao sul, em direção à vila de Fox Glacier. Essa região, igualmente encantadora, oferece trilhas acessíveis, lagos espelhados, mirantes panorâmicos e praias desertas.

Fox Glacier Walkway e Moraine Walk: até onde a trilha permite

Logo após sair de Franz Josef, seguimos de carro pela estrada que leva até a Fox Glacier Walkway, uma trilha moderada que avança por antigas morainas glaciares e termina em um ponto de observação seguro. Embora a trilha não leve mais até a base da geleira – por questões de segurança – ainda assim oferece vistas muito bonitas.

Fox Glacier Walkway, na Nova Zelândia

O Fox Glacier (Te Moeka o Tuawe, “a cama de Tuawe”, em maori) é uma das geleiras de vale mais acessíveis do mundo. Localizado no Parque Nacional Westland Tai Poutini, o glaciar desce desde os Alpes do Sul até cerca de 300 metros acima do nível do mar, atravessando uma densa floresta temperada.

Fox Glacier Walkway, na Nova Zelândia

Com aproximadamente 13 km de extensão, o Fox Glacier foi assim nomeado em 1872 pelo geólogo Julius von Haast, em homenagem a William Fox, então primeiro-ministro da Nova Zelândia. Historicamente, o glaciar tem apresentado ciclos de avanço e recuo.

Dentro da trilha, fizemos também a Moraine Walk, um trecho lateral que atravessa floresta densa, musgos e pedras cobertas por líquens, até alcançar o ponto máximo atualmente permitido ao público.

Moraine Walk, na Fox Glacier Walkway, na Nova Zelândia
Fox Glacier Village: história do povoado

Com o apetite aberto pelas caminhadas, voltamos à vila de Fox Glacier e almoçamos no Café Neve. Pedimos o clássico fish and chips simples, ideal para repor as energias antes da próxima etapa do dia.

Main Road, em Fox Glacier Village, Nova Zelândia.

Comentando um pouco sobre a história da vila, destacar que era conhecida como Weheka até a década de 1940, quando o nome do correio foi alterado para Fox Glacier, em homenagem à geleira. As origens do assentamento remontam à década de 1860, a 20 quilômetros de distância, em Gillespies Beach, que viveu uma intensa corrida do ouro. Na época, Gillespies foi a terceira maior cidade da Costa Oeste. Com o esgotamento do ouro, a maioria da população mudou-se para tentar cultivar na área conhecida como Vale Weheka. No início dos anos 1900, grandes extensões de floresta foram desmatadas e transformadas em terras agrícolas. Já na década de 1920, o lugar começou a atrair turistas e, dessa forma, em 1926, Mick e Jack Sullivan decidiram construir acomodações para o número crescente de visitantes. Assim, em 1928, inauguraram o Fox Glacier Hostel, marco inicial da estrutura turística da região.

Lake Matheson: reflexos perfeitos dos Montes Cook Tasman

Seguimos até o famoso Lake Matheson, um dos lugares mais fotografados da Nova Zelândia. O lago, de origem glacial, é conhecido por refletir com perfeição os picos nevados do Monte Cook e do Monte Tasman. Como o céu estava limpo, tivemos a sorte de contemplar os reflexos clássicos de cartão postal. Durante a trilha que leva ao lago, também aproveitamos vistas espetaculares dos montes ao fundo, emoldurando a paisagem com majestade.

O Lake Matheson não é apenas um ícone visual, mas também um local de grande significado cultural. Tradicionalmente, servia como ponto de coleta de alimentos para os Māori locais. Com a chegada dos primeiros colonos europeus nas planícies do rio, batizaram o lago de Matheson, em homenagem a Murdoch Matheson, um criador de gado da década de 1870.

A formação do lago remonta a cerca de 14.000 anos, no final do último período glacial, quando a rápida retração da Geleira Fox deixou dois terraços de morena e uma enorme placa de gelo isolada por cascalho. Assim, esse gelo, ao derreter e desmoronar, criou a depressão que originou o lago. Atualmente, o lago se alimenta apenas por pequenos riachos e infiltrações subterrâneas, sem grandes rios de entrada ou saída.

Te Kopikopiko o te Waka: mirante cultural e panorâmico

Nossa próxima parada foi no Te Kopikopiko o te Waka, um mirante recentemente reformado que combina paisagem natural com arte maori. De fato, o local oferece plataformas com vistas panorâmicas para as montanhas cobertas de neve e abriga esculturas que representam elementos da cultura Ngāi Tahu, como a canoa ancestral (waka) e o espírito dos antepassados.

Vista panorâmica em Te Kopikopiko o te Waka, Nova Zelândia.
Gillespies Beach: mar e solidão no fim da tarde

Encerramos o roteiro do dia com uma visita a Gillespies Beach, uma praia isolada e de beleza bruta, acessada por uma estradinha de cascalho. A área foi o local da corrida do ouro na década de 1860 e , de fato, a dragagem de ouro continuou até meados do século XX. Caminhamos pela areia úmida, apreciando o contraste entre o mar e os picos nevados ao fundo. Foi um momento de pausa e contemplação, com pouquíssimos turistas ao redor.

Hora de descanso após um dia intenso

No final do dia, retornamos à vila e fizemos o check-in no Rainforest Motel, nossa base para aquela noite. Depois de tantas trilhas e paisagens marcantes, nada melhor do que um merecido descanso em meio à tranquilidade da natureza.

Nosso roteiro na Nova Zelândia

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