Exploramos a fascinante cidade de Rotorua, um verdadeiro espetáculo de atividade geotérmica e cultura Māori. Visitamos parques incríveis como o Wai-O-Tapu e o Te Puia, relaxamos em águas termais no Hell’s Gate e conhecemos pontos históricos e belíssimos jardins. Além disso, experimentamos a deliciosa gastronomia local e aproveitamos para descansar antes de seguir rumo a Auckland, onde finalizamos a aventura.
15º dia – Rotorua: entre fontes termais e cultura Maori
Rotorua
A cidade, localizada na região de Bay of Plenty, ocupa a costa sul do Lago Rotorua, de onde recebe seu nome. Rotorua conta com cerca de 60 mil habitantes, sendo um terço de origem maori.
Os maoris chegaram à região no século XIV e fundaram uma importante pá em Ohinemutu, onde ainda hoje vivem descendentes do povo Ngāti Whakaue. Assim, no início do século XIX, a cidade enfrentou conflitos marcantes durante as Guerras dos Mosquetes e, em 1823, tropas lideradas por Hongi Hika e Pōmare I atacaram a região, deixando marcas profundas na história local.
No entanto, ao longo dos anos, Rotorua também se tornou símbolo de colaboração entre maoris e europeus. De fato, a impressionante atividade geotérmica atraiu o interesse dos colonos, que buscavam transformar a região em destino turístico. Com isso, foi firmado um arrendamento de 99 anos entre o povo Ngāti Whakaue e o Governo neozelandês, abrindo caminho para o desenvolvimento da cidade.
Situada sobre o Anel de Fogo do Pacífico, Rotorua é uma verdadeira vitrine da força da natureza. Por todos os lados surgem gêiseres, poços borbulhantes, lagoas coloridas e fontes de lama quente. Por consequência, a cidade também possui um cheiro característico de enxofre, proveniente da intensa atividade vulcânica na região.
Além das maravilhas naturais, Rotorua se destaca como um dos principais centros de difusão da cultura maori. Em poucos lugares do país é possível ter uma imersão tão rica nas tradições do povo nativo. Assim, a dança haka, os rituais cerimoniais, a gastronomia e os cantos tribais ajudam a criar uma experiência inesquecível.
Explorando um mundo surreal: Wai-O-Tapu Thermal Wonderland
Logo após o café da manhã, começamos nosso dia com uma visita ao Wai-O-Tapu Thermal Wonderland, sem dúvida um dos lugares mais surreais de toda a Nova Zelândia. Como havíamos comprado os ingressos online com antecedência, evitamos filas e pudemos aproveitar o passeio com mais tranquilidade e tempo.
Assim que entramos no parque, percebemos que estávamos prestes a viver algo impressionante. Ao longo das trilhas bem sinalizadas, caminhamos por passarelas que atravessam piscinas de lama borbulhantes, lagos com águas ácidas e coloridas, e riachos que soltam vapor a todo instante. Entre tantos destaques, a Champagne Pool chamou bastante atenção com sua borda alaranjada, vapores constantes e forte odor de enxofre, que acompanha todo o percurso.


Contudo, nem tudo nos impressionou da mesma forma. Um dos pontos mais esperados do parque, o géiser Lady Knox, acabou sendo também o mais artificial. Apesar de entrar em erupção diariamente às 10h15, isso só acontece porque os guias adicionam uma substância — parecida com sabão — para forçar a erupção. Ou seja, não é um fenômeno espontâneo, e isso acaba tirando parte do encanto. Para completar, ele fica em uma área separada, sendo necessário ir de carro desde a entrada principal, o que tornou o deslocamento um pouco inconveniente.

Ainda assim, apesar desse detalhe, consideramos o passeio altamente recomendado. As paisagens incomuns, a atmosfera quente e úmida, e o cenário quase extraterrestre do Wai-O-Tapu tornaram essa visita uma experiência realmente memorável em Rotorua.


Pausa para o almoço na cidade
Após explorarmos o fascinante mundo geotérmico de Wai-O-Tapu, decidimos seguir diretamente para o centro de Rotorua em busca de um bom almoço. Optamos pelo tradicional Cob & Co Restaurant, um dos mais conhecidos da cidade. Lá, pedimos dois pratos diferentes: uma massa penne com camarões, servida em um molho cremoso, e um prato típico de cordeiro assado, acompanhado de purê de batatas e legumes grelhados.

Passeio cultural nos Government Gardens
Logo depois do almoço, caminhamos até os Government Gardens, um dos cartões-postais de Rotorua e uma parada obrigatória para quem visita a cidade. Originalmente conhecido como Paepaekumana, o local foi doado no final do século XIX pelos māoris da tribo Ngāti Whakaue ao Governo neozelandês, com o propósito de ser “para o benefício do povo do mundo”.
Graças à intensa atividade geotérmica da área, o espaço rapidamente ganhou fama como um centro de saúde e bem-estar. Em 1908, o governo inaugurou a elegante Bath House, um edifício em estilo Tudor que marcou o primeiro grande investimento turístico do país. Atualmente, o prédio abriga o Museu de Rotorua, mas durante a nossa visita ele estava fechado para reformas estruturais contra terremotos.


Outro destaque no parque é o Blue Baths, construído em estilo mediterrâneo. Diferente dos tradicionais spas terapêuticos, o Blue Baths foi criado com o objetivo de oferecer lazer, sendo o primeiro do tipo a permitir que homens e mulheres compartilhassem a mesma piscina.
Também se encontram no parque jardins floridos, esculturas māoris, campos de croquet, golf … além de outras construções de interesse histórico, como o memorial aos soldados Te Arawa, os jardins de rosas Klamath Falls, ou o charmoso salão de chá Te Rūnanga Tearooms.


Passeio à beira do lago e visita ao War Memorial Park
Seguimos caminhando em direção ao Lakefront, a charmosa orla de Rotorua. Logo que chegamos, nos deparamos com uma vista espetacular do Lago Rotorua, com suas águas tranquilas.
Além disso, ali ao lado se encontra o War Memorial Park, uma área que combina beleza natural com significado histórico. Caminhamos pelos jardins bem cuidados, onde estão os memoriais que homenageiam os soldados de Rotorua que serviram nas guerras. Enquanto seguíamos pela orla, observamos aves típicas da Nova Zelândia caminhando próximas à água, e algumas famílias aproveitando o dia.


Um breve encontro com a história no Old Post Office
Depois de explorarmos o War Memorial Park e de aproveitarmos o passeio à beira do lago, seguimos nossa caminhada pelo centro da cidade. Assim, passamos em frente ao imponente Old Post Office Building, um dos marcos históricos de Rotorua. Embora não tenhamos entrado, sua presença chamava atenção imediatamente.
Construído em 1937, esse edifício de dois andares apresenta um estilo arquitetônico art déco com toques neoclássicos. Ao longo das décadas, o prédio abrigou a agência dos correios da cidade, tornando-se um símbolo da fase de modernização de Rotorua no século XX.

A magia da cultura Māori e das forças da natureza em Te Puia
No final da tarde, seguimos para uma das experiências mais especiais: a visita ao Te Puia, onde já havíamos adquirido antecipadamente o ingresso Te Pō Combo. Localizado em uma área de 70 hectares, dentro do Vale Geotérmico Te Whakarewarewa, o complexo de Te Puia combina paisagens naturais deslumbrantes com o legado cultural do povo maori. Logo na chegada, começamos um tour totalmente guiado pelo vale, onde caminhamos entre arbustos, piscinas de lama borbulhantes e gêiseres em constante atividade. O ponto alto do passeio foi o impressionante Gêiser Pōhutu, o maior do Hemisfério Sul, que pode lançar água a até 30 metros de altura.


Durante a visita, também passamos pelo Kiwi Conservation Centre, mas, infelizmente, os kiwis estavam dormindo, e não conseguimos vê-los. Em compensação, exploramos o New Zealand Māori Arts and Crafts Institute, um centro para a preservação e ensino das artes tradicionais maoris. Lá, aprendemos sobre a arte do entalhe em madeira (whakairo) e da tecelagem (raranga), técnicas ancestrais maoris.
Em seguida, nos dirigimos ao Pātaka Kai Restaurant & Bar, onde desfrutamos de um delicioso jantar buffet, com produtos frescos, frutos do mar, carnes e vegetais cozidos no tradicional método hangi, técnica maori que utiliza o calor da terra e pedras vulcânicas para assar os alimentos. Tudo estava incrivelmente saboroso.
Logo após o jantar, fomos até a casa de reuniões, Te Aronui a Rua, onde assistimos a uma emocionante apresentação cultural maori.
O espetáculo incluiu o tradicional pōhiri (ritual de boas-vindas), acompanhado de cantos (waiata), declamações (mōteatea), o elegante manuseio de bolas poi, e, claro, a vibrante haka, que sempre emociona.
Para encerrar a noite, fizemos um passeio noturno de volta ao vale, onde a paisagem ganhava um charme ainda mais misterioso. Como toque final, nos aquecemos com um delicioso chocolate quente.

Encerrando o dia com descanso merecido
Após esse espetáculo inesquecível, voltamos para o carro e dirigimo-nos de volta ao hotel Quest Rotorua Central, onde estávamos hospedados. Já era hora de descansar e repor as energias depois de um dia tão completo e marcante em Rotorua.
16º dia – Últimas experiências em Rotorua e retorno a Auckland
Começando o dia no Kuirau Park
Na manhã seguinte, fizemos o checkout do Quest Rotorua Central, nosso hotel base em Rotorua. Em seguida, como ainda tínhamos algum tempo na cidade, aproveitamos para visitar uma das atrações geotérmicas mais acessíveis da região: o Kuirau Park.
O parque, além de ser uma ótima opção gratuita, oferece a oportunidade para ver de perto a força da natureza em ação. Logo ao entrar, seguimos pela trilha bem sinalizada que nos levou por diversos pontos com atividade geotérmica. Ao longo do percurso, observamos piscinas, vapores subindo do solo e lagos fumegantes, tudo isso rodeado por vegetação típica.

Uma despedida relaxante no Hell’s Gate
Após explorar o Kuirau Park, seguimos para o que seria nossa última parada na Nova Zelândia: o impressionante Hell’s Gate, uma experiência geotérmica única.
Assim que chegamos, nos deparamos com um lugar onde as forças da natureza parecem ganhar vida. Segundo a tradição maori, o calor intenso da região vem de Rūaumoko, o deus dos vulcões e terremotos, filho de Ranginui (o céu) e Papatūānuku (a terra). Levado por sua mãe para o mundo subterrâneo, Rūaumoko carrega o fogo que aquece as profundezas e faz a terra ferver a cada movimento.
A área também é conhecida pelo nome sagrado de Tikitere, que carrega a triste lenda da princesa Hurutini, cuja dor a levou a se lançar em uma piscina fervente. Seu grito de lamento ecoou pelo vale e batizou a região com um nome que ainda hoje carrega respeito e memória.
Com o tempo, Tikitere também se tornou conhecido por seu nome em inglês: Hell’s Gate. A origem é curiosa — em 1934, o dramaturgo George Bernard Shaw, impressionado com os vapores e a lama borbulhante, exclamou que aquele lugar só poderia ser a porta do inferno. Os maoris locais adotaram a fala e o nome permaneceu.
Como já tínhamos adquirido previamente os ingressos para os banhos pela internet, nossa entrada foi tranquila. Encerramos nossa jornada mergulhando na parte mais relaxante do parque: o spa de lama e enxofre, uma prática usada pelos maoris há mais de 800 anos. Dessa forma, primeiro, cobrimos o corpo com a lama quente e rica em minerais. Depois, relaxamos em uma piscina de enxofre quente, que limpa e renova a pele — e também a alma. Foi o encerramento perfeito para essa viagem inesquecível.

Despedida de Rotorua e retorno a Auckland
Para fechar nossa passagem por Rotorua, almoçamos no The Krab Restaurant. Escolhemos uma saborosa panela com frutos do mar, bem temperada e servida com generosidade — perfeita para repor as energias.

Logo após o almoço, nos despedimos da cidade e pegamos a estrada rumo a Auckland. A viagem foi tranquila, e seguimos direto para o Aeroporto de Auckland, onde devolvemos o carro alugado na Thrifty, sem contratempos. Como nosso voo sairia no dia seguinte, bastou atravessar o saguão para chegar ao Novotel Auckland Airport, localizado dentro do próprio aeroporto.
17º dia – Último dia de viagem e retorno ao Brasil
No nosso último dia na Nova Zelândia, como o voo estava marcado apenas para a tarde, aproveitamos com calma a manhã no Novotel Auckland Airport. Depois do café da manhã e de um breve descanso, seguimos diretamente para o terminal, onde almoçamos tranquilamente e aguardamos o momento de fazer o check-in.

Viajamos com a Latam em todos os trechos da volta: de Auckland a Santiago, depois Guarulhos e, finalmente, Brasília. Embora a jornada tenha sido longa e cansativa, tudo correu bem e chegamos em casa com o coração cheio de memórias incríveis dessa aventura pela Nova Zelândia.
Nosso roteiro na Nova Zelândia
Descubra mais sobre nossa viagem pela Nova Zelândia clicando nos links abaixo:
- Nova Zelândia I – Auckland: CBD, Viaduct Harbour e Wynyard Quarter
- Nova Zelândia II – Auckland: Auckland Domain, Mount Eden, Parnell e Bastion Point
- Nova Zelândia III – Christchurch
- Nova Zelândia IV – Franz Josef Glacier
- Nova Zelândia V – Fox Glacier
- Nova Zelândia VI – Wanaka
- Nova Zelândia VII – Queenstown
- Nova Zelândia VIII – Arrowtown e Te Anau
- Nova Zelândia IX – Te Anau Milford Highway
- Nova Zelândia X – Milford Sound
- Nova Zelândia XI – Cromwell e Mount Cook Village
- Nova Zelândia XII – Mount Cook
- Nova Zelândia XIII – Lake Tekapo
- Nova Zelândia XIV – Hobbiton Movie Set