País Basco I – Biscaia: Bilbao

1º dia – Descobrindo os encantos da capital de Biscaia

Chegamos a Bilbao na noite anterior. Cristina e eu saímos de Brasília e encontramos minha mãe no Aeroporto de Madrid. De lá, seguimos juntos para Bilbao, prontos para começar nossa aventura no coração do País Basco.

Nos hospedamos no Petit Palace Arana, um hotel charmoso bem no centro da cidade, que facilitou nossa exploração a pé. Logo pela manhã, após um café da manhã delicioso e muito completo no próprio hotel, saímos para descobrir Bilbao a pé.

Mas, antes de nos perdermos nas ruas encantadoras dessa cidade vibrante, um pouco de informação sobre o que torna Bilbao tão especial.

Bilbao (Bilbo)

Bilbao, capital da província de Biscaia, é a cidade mais populosa do País Basco, com cerca de 350.000 habitantes. Fundada no final do século XIII, Bilbao sempre teve um papel de destaque no cenário comercial da costa cantábrica. Sua localização estratégica, aliada aos privilégios concedidos pela Coroa de Castela, permitiu que a cidade se tornasse um importante enclave portuário.

Ao longo dos séculos, o porto de Bilbao floresceu, especialmente pela exportação de lã da Castela e, mais tarde, de ferro extraído das minas da Biscaia. Esse desenvolvimento consolidou a cidade como um ponto-chave no comércio europeu. Hoje, embora a cidade tenha se transformado em um vibrante centro cultural e artístico, ainda podemos ver os vestígios dessa história fascinante nas ruas e no espírito inovador de Bilbao.

Durante o século XIX e início do século XX, Bilbao passou por um intenso processo de industrialização, tornando-se o epicentro da segunda região industrial mais importante da Espanha, ficando atrás apenas de Barcelona. Esse período foi marcado por um crescimento populacional e urbano impressionante, que levou à anexação de vários municípios vizinhos e à expansão da cidade.

Hoje, Bilbao é uma cidade próspera e moderna, onde o setor de serviços predomina. A revitalização estética, social e econômica da cidade é visível em cada esquina, com o icônico Museu Guggenheim à frente desse movimento. Mais do que um simples museu, o Guggenheim simboliza a transformação de Bilbao em um dos destinos culturais e artísticos mais vibrantes da Europa.

O Mercado de la Ribera: um ícone da arquitetura e gastronomia de Bilbao

Horário: 08:00 – 00:00 horas

Saindo do hotel e caminhando pelas encantadoras ruas do centro de Bilbao, logo chegamos ao famoso Mercado de la Ribera, situado às margens da ria de Bilbao.

Inaugurado em 1929, o Mercado de la Ribera é um dos tesouros arquitetônicos de Bilbao. Projetado pelo arquiteto Pedro de Ispizua, o edifício foi construído em concreto armado, seguindo o estilo racionalista típico da época. Com impressionantes 10.000 metros quadrados, é considerado o maior mercado coberto da Europa.

Ao passear por seus corredores, você encontrará uma infinidade de bancas repletas de produtos frescos, diretamente das hortas locais e do Mar Cantábrico. Este mercado é um verdadeiro paraíso para os amantes da gastronomia, oferecendo uma oportunidade única de vivenciar a riqueza culinária da região em um ambiente autêntico e vibrante.

Na foto, podemos apreciar uma visão única da Igreja de San Antón através de um dos lindos vitrais do Mercado de la Ribera.

Igreja de San Antón, desde o Mercado de La Ribera, mostrando seus vitrais
A iconografia de Bilbao: a Igreja de San Antón

Horário: 10:00 – 13:00 horas e 15:00 – 18:30 horas

Entre os marcos mais queridos pelos moradores de Bilbao está a imponente Igreja de San Antón, um dos maiores símbolos da cidade. Esta igreja gótica, situada às margens da Ria de Bilbao, forma um cenário deslumbrante ao lado do Mercado de la Ribera e da Ponte de San Antón, oferecendo uma das vistas mais pitorescas da cidade. De fato, a Igreja de San Antón (em basco: San Anton eliza), dedicada a Santo Antônio Abade, é tão icônica que sua imagem está eternizada no brasão de Bilbao.

A história da igreja remonta ao final do século XV, mas o local já tinha importância muito antes disso. Cerca de trezentos anos antes, um mercado de peixe e um armazém de mercadorias fluviais ocupavam a área. Em 1334, o rei Alfonso XI de Castela construiu ali uma fortaleza com muralhas defensivas, que também serviam como barragem contra inundações. Vestígios dessas muralhas foram descobertos durante escavações arqueológicas em 2002 e hoje podem ser vistos atrás do altar da igreja, conectando o passado medieval ao presente.

A igreja atual foi consagrada em 1433, mas sua estrutura inicial logo ficou pequena para a crescente população da cidade. Em 1478, começou a expansão do templo, que resultou na magnífica obra gótica que podemos admirar hoje. A construção durou várias décadas, com a estrutura principal sendo finalizada em torno de 1510.

A igreja passou por diversas modificações ao longo dos séculos, incluindo a adição do pórtico principal em estilo renascentista e a varanda. As três capelas anexas, datadas do segundo terço do século XVI, exibem uma mistura gótico renascentista. A torre do sino, de estilo barroco, foi concluída em 1775. Em 1902, foram construídos o pórtico auxiliar, a sacristia e os escritórios paroquiais em estilo neogótico, completando a atual configuração do templo.

Ao longo de sua longa história, a Igreja de San Antón enfrentou diversos desafios, incluindo desastres naturais. O interior da igreja, por exemplo, foi utilizado como cemitério até o século XIX. O evento mais recente e devastador ocorreu nas cheias de 1983, que destruíram grande parte do mobiliário e arrancaram portas e vedações. Apesar disso, o templo se manteve como um dos principais símbolos de resistência e fé da cidade.

Reconhecendo sua importância histórica e cultural, a Igreja de San Antón foi declarada Monumento Histórico-Artístico Nacional em 1984.

Na foto, podemos ver a icônica Igreja de San Antón e o movimentado Mercado de la Ribera, ambos capturados a partir da Ponte de San Antón. Esse cenário é um verdadeiro símbolo de Bilbao, onde a história medieval da igreja se encontra com a vitalidade moderna do mercado, emoldurados pela famosa ponte que também carrega séculos de história.

Igreja de San Antón, desde a Ponte de San Antón
A Catedral de Santiago: o coração espiritual de Bilbao

Horário: 10:00 – 18:30 horas

Subindo pela Rua de la Tendería — sobre a qual falaremos daqui a pouco —, chegamos à imponente Catedral de Santiago.

A Catedral de Santiago (em basco: Done Jakue Katedrala) é uma joia arquitetônica e espiritual de Bilbao, dedicada ao padroeiro da cidade, o apóstolo São Tiago Maior. A igreja leva esse nome em referência à passagem de uma ramificação do Caminho de Santiago pela cidade, sendo um importante ponto de parada para os peregrinos que seguiam rumo a Santiago de Compostela pelo Caminho da Costa.

Considerada a igreja gótica mais monumental da província de Biscaia, a catedral impressiona pelo seu claustro gótico, vitrais magníficos, e a icônica Puerta del Ángel, que servia como entrada para os peregrinos. A atual igreja gótica foi erguida sobre uma antiga ermida que remonta à época das primeiras peregrinações jacobeias. Seu interior conta com três naves adornadas por abóbadas em cruzaria, proporcionando uma atmosfera de profunda reverência e beleza.

Embora o estilo predominante seja gótico, a fachada e a torre da catedral são adições mais recentes, construídas no século XIX. O coro e o claustro, por outro lado, são exemplos impressionantes do gótico florido, com detalhes elaborados que encantam os visitantes. A cripta da catedral foi construída no local da antiga ermida, aproveitando as paredes originais como parte da estrutura atual, conectando o presente ao passado de forma única.

A história da catedral é marcada por várias reconstruções. O edifício atual sucedeu dois templos anteriores. A primeira igreja foi construída antes de 1300, quando a vila foi fundada por Dom Diego López V de Haro, e possuía uma necrópole ao redor das muralhas. O segundo templo foi uma expansão forçada pelo crescimento da cidade, mas teve vida curta: em 1374, um terrível incêndio destruiu grande parte da estrutura.

Após o incêndio, o Papa Gregório XI concedeu indulgências àqueles que doassem para a construção de um novo e mais ambicioso templo. Assim, nasceu a monumental Catedral de Santiago que vemos hoje, um lugar de devoção e um marco histórico de Bilbao, que atrai peregrinos e visitantes de todo o mundo.

Ao comprar o ingresso para visitar a Catedral de Santiago, você também tem a oportunidade de explorar a Igreja de San Antón. O ingresso inclui o uso de audioguias em ambos os templos, que são extremamente úteis e oferecem informações detalhadas sobre a história e a arquitetura de cada lugar. É uma ótima maneira de enriquecer sua experiência e entender melhor a importância desses monumentos na vida cultural e religiosa da cidade.

Na foto, podemos admirar o belo claustro da Catedral, um dos pontos mais serenos e encantadores do templo. Com sua arquitetura detalhada e atmosfera tranquila, o claustro oferece um espaço de paz e contemplação, perfeito para quem busca um momento de pausa durante a visita à movimentada cidade de Bilbao.

Claustro da Catedral de Santiago
As Sete Ruas de Bilbao: a alma histórica da cidade

Há pouco mais de 700 anos, o nobre castelhano Diego López de Haro fundou Bilbao às margens da ria do Nervión, que logo se tornaria o principal centro comercial do norte da Península Ibérica. A recém-nascida cidade cresceu em torno de três ruas na margem direita da ria, protegida por uma muralha de seis metros de altura. Ao longo dos séculos, Bilbao foi expandindo, e, em meados do século XV, uma licença real permitiu a criação de mais quatro ruas, formando o que hoje conhecemos como as Sete Ruas de Bilbao.

Essas ruas icônicas formam o coração da Cidade Velha de Bilbao, onde a essência da cidade pode ser sentida em cada esquina. Aqui estão elas:

  • Somera: Significa “a rua acima” e marca o ponto de partida da Cidade Velha.
  • Artecalle: A “rua do meio”, que abrigava grande parte dos negócios da região.
  • Tendería: A “rua das lojas”, onde os artesãos locais mantinham seus estabelecimentos.
  • Belosticalle: Conhecida como “a rua de cima” ou “rua da pesca”, devido à presença de vendedores de peixe.
  • Carnicería Vieja: A “rua dos açougues”, onde ficava o primeiro matadouro da cidade.
  • Barrencalle: Significa “a rua abaixo”, onde está o Palácio Arana, o mais antigo de Bilbao.
  • Barrencalle Barrena: “A rua lá embaixo”, a mais afetada pelas constantes inundações da ria.

Essas sete ruas testemunharam momentos decisivos na história de Bilbao, desde as guerras carlistas até os ataques da Guerra Civil, passando por incêndios e inundações. Caminhar por esse centro histórico é como voltar no tempo, onde a história e o cotidiano dos moradores ainda se misturam. As estreitas vielas entre as casas dão um charme especial à área, e nelas você pode ver pequenas passagens que, após a chuva, se transformam em riachos correndo pelas ruas de paralelepípedos. Em muitas dessas 16 vielas, roupas penduradas ao ar livre estão protegidas por guarda-chuvas, uma cena típica que reflete o clima chuvoso da cidade.

Na foto, podemos observar uma das pitorescas vielas que atravessam a Rua Carnicería Vieja, onde as roupas penduradas estão protegidas por guarda-chuvas coloridos.

Viela na Rua Carnicería Vieja, nas Siete Calles de Bilbao

A Cidade Velha de Bilbao é também o berço de figuras ilustres como o escritor Miguel de Unamuno e o músico Juan Crisóstomo de Arriaga, chamado de “o Mozart espanhol”. E, claro, não podemos esquecer que essa área é um dos melhores locais para compras, com uma grande variedade de lojas, desde marcas de roupas até pequenas oficinas de artesanato. Além disso, se você está em busca dos famosos pintxos, a gastronomia do País Basco brilha nas tavernas do centro histórico, proporcionando uma experiência culinária inesquecível.

Na foto, podemos ver uma das tradicionais lojas de alimentos na Artekale, famosa pela venda de bacalhau — um dos produtos mais emblemáticos da culinária basca. Essas lojas fazem parte da história e da vida cotidiana de Bilbao, oferecendo produtos de qualidade e preservando tradições que passam de geração em geração.

Loja antiga de produtos tradicionais na Artekale, Sete Ruas de Bilbao
A história da Rua de Ronda: onde nasceu Miguel de Unamuno

O nome da Rua de Ronda remonta ao século XIV, quando servia como o caminho utilizado para as patrulhas de vigilância fora das muralhas que protegiam a cidade de Bilbao. Originalmente conhecida como Caminho de Ronda, só foi considerada uma rua de fato no início do século XIX, quando a calçada foi construída para os números pares das casas que se alinham à encosta da Montanha de Zabalbide.

Erguida sobre a antiga muralha da vila, a rua ainda guarda vestígios dessa época, com casas que datam do século XVII. Uma figura ilustre nasceu no número 16 desta rua: o renomado escritor e filósofo Miguel de Unamuno, em 27 de setembro de 1864.

Casa onde nasceu Unamuno, na Rua Ronda, em Bilbao

A Rua de Ronda é um local onde a história e a cultura de Bilbao se encontram. Caminhar por aqui é voltar no tempo, sentindo o legado deixado por Unamuno, uma das figuras mais importantes da literatura espanhola.

Igreja dos Santos Juanes: um tesouro barroco e renascentista em Bilbao

Horário: 08:30 – 12.00 horas e 17:30 – 20:30 horas

A Igreja dos Santos Juanes, construída no século XVII, é um exemplo da arquitetura barroca com toques renascentistas. A igreja ocupa o local onde, antigamente, existia uma fundação jesuítica: o Colégio e Igreja de San Andrés. A igreja segue o tradicional modelo de construção jesuíta, com planta em cruz latina inserida em um retângulo, e possui uma nave central ladeada por capelas.

Com o passar dos anos, a igreja passou por diversas transformações, mas manteve sua grandiosidade e importância histórica. Um de seus maiores destaques é o altar dedicado ao Sagrado Coração. A igreja sofreu danos durante as terríveis enchentes de 1983, mas foi completamente restaurada sob a direção do arquiteto Miguel Ángel Corcuera, recuperando sua beleza original.

Ao passarmos pela Igreja dos Santos Juanes, ela estava fechada, e infelizmente não pudemos visitar seu interior. Fica para uma próxima oportunidade!

Igreja dos Santos Juanes
Basílica de Begoña: a igreja do povo de Bilbao

Horário: 10:00 – 20:30 horas. Subida na Plaza de Unamuno, pelas Calzadas de Mallona ou pelo elevador – ticket no metrô da Plaza de Unamuno

No início do século XVI, começaram as obras de construção de uma igreja no topo de um morro em Begoña, onde, segundo a tradição, havia aparecido uma imagem de Nossa Senhora. Mais de um século depois, as obras foram concluídas, e nasceu a grandiosa Basílica de Begoña, em homenagem à padroeira de Biscaia.

Este templo, de estilo gótico com elementos de outros estilos arquitetônicos, é composto por três naves cobertas por abóbadas, várias capelas e um impressionante retábulo de 1869. Um dos destaques da basílica é sua imponente torre, que abriga 24 sinos, capazes de tocar até sete melodias diferentes.

A localização estratégica da Basílica de Begoña não a poupou das tragédias da história. Durante as guerras carlistas, as tropas liberais incendiaram o interior do templo, mas, milagrosamente, a imagem de Nossa Senhora de Begoña foi preservada, o que só aumentou sua popularidade entre o povo de Bilbao. Hoje, a basílica é carinhosamente conhecida como Amatxu, que significa “mãezinha” em basco.

A devoção à Nossa Senhora de Begoña remonta ao século XV, quando os marinheiros e pescadores bascos rezavam por sua proteção em alto-mar. Hoje, essa tradição continua viva. Também, é comum ver o time do Athletic de Bilbao visitando a basílica para agradecer suas vitórias. Embora a Catedral de Santiago seja mais antiga e tenha importância histórica maior, a Basílica de Begoña sempre foi considerada “a igreja do povo”, recebendo um fluxo constante de visitantes.

Se você está explorando Bilbao, uma visita à Basílica de Begoña é essencial para sentir o espírito e a devoção profunda que a cidade nutre por sua padroeira.

A subida para alcançar a Basílica de Begoña pode ser feita de duas maneiras. Recomendo a caminhada pelas Calzadas de Mallona, que, embora exija um pouco de esforço, vale muito a pena pelas vistas e pela experiência. Para quem prefere evitar a caminhada, há um elevador localizado na estação de metrô Unamuno, mas é necessário comprar um ticket.

No nosso caso, decidimos subir pelas Calzadas de Mallona e apreciar o trajeto a pé. Porém, como começou a chover, optamos por descer de elevador, o que foi bem prático e confortável.

Na foto, podemos apreciar um belo trecho das Calzadas de Mallona, com as casas típicas de Bilbao, representando a autenticidade e o charme da cidade.

Calzadas de Mallona

Também podemos ver o interior da Basílica de Begoña, com a imagem de Nossa Senhora de Begoña, padroeira de Biscaia.

Imagem de Nossa Senhora de Begoña
Plaza Nueva: o centro social e histórico de Bilbao

No coração da Cidade Velha de Bilbao está a vibrante Plaza Nueva, o verdadeiro centro nevrálgico da vida social da cidade. Construída em 1815 no elegante estilo neoclássico, a praça manteve sua estrutura original e se tornou o principal palco de celebrações e eventos para os moradores de Bilbao.

Com cinco entradas, a Plaza Nueva é composta por 18 arcos semicirculares sustentados por colunas, criando uma atmosfera ao mesmo tempo acolhedora e grandiosa. O nome “Plaza Nueva” faz referência ao fato de já existir uma Praça Velha na área onde hoje está o Mercado de la Ribera.

Ao longo dos anos, a praça viu diferentes elementos decorarem seu centro. Houve um busto de Diego López de Haro, um coreto e até uma grande fonte. Hoje, o edifício principal da praça abriga a sede da Real Academia da Língua Basca (Euskaltzaindia).

A estrutura irregular das casas ao redor da praça reflete a divisão social da época: os proprietários viviam nos apartamentos com as janelas maiores, os andares intermediários eram alugados e, no último andar, de pequenas janelas, ficavam os aposentos do serviço. A praça quase foi chamada de Plaza de Fernando VII, e uma estátua equestre do rei estava planejada para seu centro. Porém, após a morte do monarca durante sua construção, os habitantes de Bilbao decidiram dedicá-la ao povo.

Um dos momentos mais curiosos da história da Plaza Nueva aconteceu em 1871, quando o rei Amadeo de Sabóia, de origem italiana, visitou a cidade. Para homenageá-lo, a praça foi transformada em uma verdadeira cena veneziana: todas as entradas foram bloqueadas, a praça foi enchida de água, e gôndolas foram trazidas para simular um típico cenário de Veneza, com cidadãos fantasiados de gondoleiros.

A quinta entrada da Plaza Nueva foi criada de maneira inusitada, resultado de um buraco aberto durante os bombardeios da Guerra Civil.

Na foto, podemos ver a Real Academia da Língua Basca (Euskaltzaindia). Este edifício, de grande importância cultural, abriga a instituição responsável por preservar e promover a língua basca, uma parte fundamental da identidade do País Basco.

Real Academia da Língua Basca (Euskaltzaindia), na Plaza Nueva.

Hoje, a Plaza Nueva é conhecida por ser um dos melhores lugares de Bilbao para almoçar, tornando-se o ponto de encontro ideal para os que desejam experimentar a famosa culinária basca. Aproveitamos a parada aquí para saborear alguns pintxos, acompanhados do tradicional vinho branco de Euskadi, o txacolí. Escolhemos o Sorgínzulo para a refeição, e foi uma excelente escolha — os pintxos estavam deliciosos e a atmosfera do local, acolhedora.

Teatro Arriaga: o majestoso centro de arte de Bilbao

Inaugurado em 1890, este majestoso edifício de estilo neobarroco foi projetado pelo arquiteto Joaquín Rucoba, que se inspirou na famosa Ópera Garnier de Paris. O Teatro Arriaga impressiona com sua elegante fachada adornada por uma cúpula, varanda e duas grandes colunas laterais. Seu nome homenageia o talentoso compositor da cidade Juan Crisóstomo de Arriaga, conhecido como o “Mozart espanhol”, que compôs sua primeira ópera aos 13 anos e faleceu tragicamente aos 19, vítima de tuberculose.

Ao longo dos anos, o Teatro Arriaga foi testemunha de importantes episódios da história de Bilbao e também sofreu com tragédias, como incêndios e inundações. Em 1983, a ria de Bilbao transbordou, e a cidade foi tomada pela lama. O teatro foi gravemente afetado e precisou ser reconstruído. Hoje, em sua fachada, há uma marca que mostra o nível da água durante aquele fatídico verão.

Atualmente, o Teatro Arriaga recebe uma variedade de espetáculos, desde peças de teatro e musicais até apresentações de dança. Para eventos de maior porte, a cidade conta com o moderno Palácio Euskalduna, mas o Teatro Arriaga mantém seu lugar como um dos principais ícones culturais de Bilbao.

Embora não tenhamos visitado o interior do teatro, a parte exterior já é suficiente para impressionar. Como podem ver na foto, a elegante fachada é um verdadeiro destaque.

Teatro Arriaga
Igreja de San Nicolás: templo barroco no centro de Bilbao

Horário: 10:30 – 12.30 horas e 17:30 – 20:00 horas

A Igreja de San Nicolás, um belíssimo templo católico de estilo barroco, foi inaugurada em 1756 e projetada pelo arquiteto Ignacio Ibero. Localizada no centro histórico de Bilbao, na Plaza de San Nicolás, sua fachada está voltada diretamente para o Teatro Arriaga, criando uma impressionante conexão visual entre dois marcos icônicos da cidade. No interior da igreja, destacam-se os excelentes retábulos e esculturas do artista barroco Juan de Mena, que acrescentam ainda mais beleza a este templo.

Originalmente, a igreja era uma ermida que atendia ao bairro de pescadores, situado fora dos limites da vila de Bilbao, e é dedicada a San Nicolás de Bari, o padroeiro dos navegantes. A primeira igreja foi fundada em 1490, mas acabou em ruínas devido a enchentes e precisou ser demolida. A estrutura atual, construída em 1756, também enfrentou desafios ao longo de sua história: foi fechada durante a Guerra da Independência, atingida por um raio em 1816 e serviu como armazém militar durante as Guerras Carlistas.

Infelizmente, não conseguimos visitar o interior da igreja porque estava fechada, no entanto, como podemos ver na foto, tirada no Parque do Arenal, a fachada barroca é impressionante por si só.

Igreja de San Nicolás no Parque do Arenal
Ponte do Arenal: a primeira ponte de ferro fundido da Espanha

Construída em 1847 para facilitar o acesso à zona de Abando, a Ponte do Arenal tornou-se um marco importante na infraestrutura de Bilbao. Naquela época, a cidade contava apenas com duas pontes para atravessar a ria: a Ponte de San Antón e a Ponte Pênsil de São Francisco. A Ponte do Arenal fez história ao se tornar a primeira ponte de ferro fundido conhecida na Espanha.

Ao longo dos anos, a ponte passou por várias remodelações e ampliações, até que, em 1940, assumiu sua forma atual. Oficialmente chamada de Ponte da Vitória desde então, a população de Bilbao continua a se referir a ela carinhosamente como Ponte do Arenal. Esse ponto de travessia é mais que uma simples ponte: é um símbolo da evolução e modernização da cidade.

Estação La Concordia: uma joia modernista de Bilbao

Inaugurada em 1898, a Estação La Concordia, coloquialmente conhecida como Estação de Santander, é uma das verdadeiras joias arquitetônicas de Bilbao. Este edifício único, de estilo modernista, foi construído para ser a estação ferroviária da ferrovia que conecta Bilbao à cidade de Santander.

Juntamente com o Teatro Arriaga, é considerada uma das heranças mais genuínas da cidade durante a época da Belle Époque. Em 2007, a estação passou por uma grande renovação, transformando completamente seu interior, embora tenha mantido sua impressionante fachada histórica.

Na foto, podemos observar a Estação La Concordia, capturada a partir da Ponte do Arenal. A combinação entre a ponte e a estação cria uma cena única que reflete a história e a arquitetura fascinante da cidade.

Estação La Concordia (Estação de Santander)
Parque do Arenal: história e arte em Bilbao

Há alguns anos, o Parque do Arenal ganhou um novo e tocante elemento em seus jardins: a escultura chamada “A última pessoa que morreu em solidão”, obra do artista Rubén Orozco. A escultura é uma homenagem a Mercedes, uma mulher de Bilbao de 89 anos, que serviu de inspiração para o artista. O objetivo da obra é despertar a consciência da sociedade sobre a solidão que muitas pessoas enfrentam, sensibilizando todos para essa realidade.

No parque, encontramos três trilhas que, no início do século XX, refletiam a separação das classes sociais de Bilbao. A primeira é a trilha dos padres, onde caminhavam os idosos da cidade acompanhados pelos padres da Igreja de San Nicolás. A segunda, conhecida como trilha dos senhores, era exclusiva para estudantes e filhos das famílias mais importantes da cidade. Por fim, a trilha da alpargata era o espaço onde as pessoas que se dedicavam ao artesanato se reuniam.

Outro destaque do Parque do Arenal é o quiosque de música, um projeto que demorou para se concretizar, mas que hoje é um símbolo do parque. Inspirado na arquitetura Art Déco, o quiosque tem uma cobertura espetacular e é adornado com duas alegorias musicais.

A ria de Bilbao: o pulmão econômico e cultural da cidade

Antes de mais nada, é importante entender o que significa “ria”. Uma ria é um braço de mar que penetra no interior da costa, tendo características marinhas, como a influência das marés, e não fluviais.

Na cidade de Basauri, onde os rios Nervión e Ibaizabal se encontram, nasce a Ria de Bilbao, que ao longo dos seus 23 quilômetros se tornou o motor econômico da cidade. A ria de Bilbao atravessa a cidade, dividindo-a em duas partes e moldando o desenvolvimento de Bilbao ao longo dos séculos. Desde o seu início, a cidade cresceu às margens da ria, que oferecia pesca abundante e uma rota segura para o transporte de mercadorias, transformando Bilbao em uma potência comercial emergente.

Historicamente, a Cidade Velha, situada na margem direita da ria, abrigava os comerciantes e a nova burguesia, enquanto na margem oposta viviam os mineiros e trabalhadores, criando uma divisão natural entre as classes sociais.

Durante o auge industrial de Bilbao, a ria foi gravemente afetada pela poluição das fábricas, que despejavam resíduos diretamente em suas águas. Na metade do século XX, a ria tornou-se um foco de doenças e poluição, levando a população a se afastar para os bairros periféricos. Os resíduos de toda a cidade eram jogados na ria, que se transformou em um símbolo de degradação ambiental.

Na década de 1980, a cidade decidiu enfrentar o problema com um ambicioso projeto de saneamento que revitalizou completamente a ria de Bilbao. Hoje, a ria é uma das áreas mais encantadoras de Bilbao, refletindo tanto seu passado industrial quanto sua transformação impressionante. Atualmente, mais de 60 espécies aquáticas habitam suas águas.

Nas margens da ria, encontram-se algumas das construções mais emblemáticas da cidade, como o Museu Guggenheim, a Torre Iberdrola, o Palácio Euskalduna e o centro comercial Zubiarte. Além disso, pontes icônicas como a Ponte da Salve e a Ponte de Calatrava cruzam suas águas, evidenciando a importância arquitetônica dessa área. A ria de Bilbao tornou-se uma verdadeira vitrine para a arquitetura mundial, abrigando obras de cinco vencedores do Prêmio Pritzker: Frank Gehry (Museu Guggenheim), Rafael Moneo (Biblioteca da Universidade de Deusto), Álvaro Siza (Paraninfo da Universidade do País Basco), Zaha Hadid (Zarrozaurre) e Norman Foster (metrô de Bilbao).

Hoje, a Ria de Bilbao simboliza a resiliência e a capacidade de transformação da cidade, sendo um ponto essencial para quem deseja conhecer a história e o charme moderno de Bilbao.

Ria de Bilbao
Passeio Campo de Volantín: um percurso cênico pelas margens da ría de Bilbao

O Passeio Campo de Volantín é uma rota encantadora que começa na Prefeitura de Bilbao e segue até a confluência da Praça da Salve com a Avenida das Universidades, logo abaixo da Ponte La Salve. Situado na margem direita da ria de Bilbao, o passeio conecta-se ao Passeio Uribitarte, na margem esquerda, através da moderna Ponte Zubizuri, uma das pontes mais icônicas da cidade.

Ao longo do passeio, você poderá admirar vários edifícios e esculturas de destaque que emolduram a paisagem: a própria Prefeitura de Bilbao, a impressionante Ponte Zubizuri, o elegante Hotel Hesperia Bilbao e o Hotel Barceló Bilbao Nervión. Além disso, o passeio passa pelo histórico Palácio Olabarri, e você também encontrará a notável escultura “Variante Ovóide da Desocupação da Esfera”, obra do renomado escultor basco Jorge de Oteiza, que enriquece ainda mais esse percurso cheio de arte e cultura.

Prefeitura de Bilbao: história e arquitetura eclética

O edifício que abriga a Prefeitura de Bilbao foi inaugurado em 17 de abril de 1892, sendo uma obra do renomado arquiteto municipal Joaquín Rucoba, que projetou o prédio em um estilo eclético. Antes da construção da prefeitura, o local era ocupado pelo Convento de San Agustín, que ficou em ruínas após a Primeira Guerra Carlista.

Na foto, tirada no Passeio Campo de Volantín, podemos ver a impressionante escultura “Variante Ovóide da Desocupação da Esfera” em destaque e, ao fundo, é possível admirar a imponente Prefeitura de Bilbao, que complementa o cenário, com uma combinação de arte moderna e arquitetura histórica.

Passeio Campo de Volantín, escultura Variante Ovóide da Desocupação da Esfera e Prefeitura de Bilbao
Ponte Zubizuri: beleza e controvérsia em Bilbao

A Ponte Zubizuri, que em basco significa “ponte branca”, é uma obra marcante do renomado arquiteto Santiago Calatrava em Bilbao. Com sua grande estrutura branca, composta por barras metálicas que lembram um veleiro, a ponte conecta o Ensanche de Bilbao ao Campo de Volantín. Desde sua inauguração em 1997, a Ponte Zubizuri se tornou um dos marcos mais emblemáticos da cidade e, como muitas das obras de Calatrava, também gerou polêmica.

Embora visualmente impressionante, a ponte enfrentou problemas práticos desde o início. O piso de vidro, que inicialmente era parte do design inovador, tornou-se um risco em dias de chuva, algo bastante comum no clima úmido de Bilbao. Escorregões, telhas quebradas e acidentes frequentes deixaram claro que o projeto não havia considerado adequadamente o clima local. Além disso, as mudanças de umidade e temperatura começaram a afetar a estrutura interna da ponte, gerando custos elevados de manutenção.

Para resolver esses problemas, foi instalado um tapete antiderrapante sobre o piso de vidro, melhorando a segurança dos pedestres. Além disso, a ponte gerou mais controvérsia quando a Prefeitura de Bilbao decidiu construir uma passarela que ligava a ponte às Torres Isozaki, o que desagradou Calatrava. Ele processou a prefeitura, exigindo uma indenização de 3 milhões de euros, mas acabou recebendo apenas 30 mil euros.

Apesar das controvérsias, a Ponte Zubizuri continua a ser um ícone arquitetônico de Bilbao, atraindo visitantes por sua beleza moderna e história peculiar.

Ponte Zubizuri, de Santiago Calatrava
Palácio Olabarri: de residência a futuro hotel de luxo

O Palácio Olabarri, construído no final do século XIX, é uma impressionante obra projetada pelo arquiteto Julián de Zubizarreta em 1894. Originalmente, o palácio foi construído como residência de José María de Olabarri, um dos empresários mais influentes da época. Com influências arquitetônicas francesas e inglesas, o edifício é um exemplo de elegância e opulência do período.

Desde 1953, o palácio abrigou a Autoridade Portuária de Bilbao, mas, no final de 2023, foi anunciado que o histórico prédio seria transformado em um hotel de luxo, o que trará uma nova vida ao Palácio.

Palácio Olabarri
Funicular de Artxanda: transporte para uma vista espetacular

Horário: 07:15 – 22:00 horas

Desde sua inauguração em 1915, o funicular de Artxanda tem sido a principal forma de conectar os moradores de Bilbao ao Monte Artxanda, uma das montanhas que cercam a cidade. Ao longo da história, os cidadãos de Bilbao subiam às montanhas para relaxar, passar os domingos e praticar esportes. Hoje, graças ao funicular, o Monte Artxanda se tornou uma das atrações preferidas dos turistas.

Operando desde o início do século XX, o funicular foi interrompido apenas duas vezes: durante os bombardeios da Guerra Civil e nas inundações de 1983. Atualmente, ele funciona com uma frequência de 15 minutos, e a viagem dura cerca de 3 minutos, proporcionando um trajeto rápido e eficiente até o topo da montanha.

Funicular de Artxanda

No topo do Monte Artxanda, os visitantes são recebidos por um mirante que oferece vistas espetaculares da cidade. De lá, é possível contemplar o percurso da ria de Bilbao e perceber como a cidade é um verdadeiro botxo (palavra em basco que significa “buraco”), cercada por montanhas. Além disso, o topo da montanha abriga duas esculturas de grande valor simbólico: a Engrenagem, um pedaço de ferro dos primeiros funiculares, e a Impressão Digital, uma homenagem às vítimas da Guerra Civil.

Vistas de Bilbao de o topo do Monte Artxanda

Ponte da Salve: de estrutura funcional a ícone estético de Bilbao

Quando a Ponte da Salve foi inaugurada em 1972, muitos moradores de Bilbao a viam como uma solução prática para o tráfego da cidade. Embora seu nome oficial fosse Ponte Príncipes de Espanha até 2016, ela sempre foi popularmente conhecida como Ponte da Salve. Naquela época, sua beleza não era o que mais chamava a atenção, mas sim sua funcionalidade. Hoje, no entanto, a ponte é admirada não apenas por sua praticidade, mas também por sua estética marcante.

A construção da ponte resolveu problemas sérios de tráfego, aliviando a saturação nas áreas ao norte de Bilbao e melhorando o acesso entre os bairros periféricos e o centro da cidade. Sua altura, de 23,5 metros, permitia a passagem de grandes navios pela ria de Bilbao, que ainda chegavam ao centro da cidade naquela época. Segundo uma lenda local, quando os marinheiros avistavam a Basílica de Begoña ao passar pela ponte, eles cantavam uma “salve” à Nossa Senhora de Begoña, daí o nome popular. No entanto, historicamente, a área já era conhecida como “La Salve”, onde, no século XIX, mulheres das aldeias vinham vender seus produtos e rezavam à Nossa Senhora de Begoña.

O engenheiro Juan Batanero García-Geraldo foi o responsável por projetar a Ponte da Salve, a primeira da Espanha a usar um sistema de cabos tensionados e uma das poucas com tabuleiro metálico naquela época. Com suas grandes colunas na margem direita da ria, a ponte parecia imponente e intimidante. Para facilitar o acesso, em 1988, a prefeitura instalou dois elevadores públicos para evitar as longas escadas que davam acesso à ponte. Inicialmente, esses elevadores tinham um custo e funcionavam apenas durante o dia. Desde 2008, porém, são gratuitos e operam 24 horas por dia.

A ponte se tornou ainda mais integrada à paisagem urbana de Bilbao com a construção do Museu Guggenheim, em 1997. O arquiteto Frank Gehry decidiu incorporar uma parte da Ponte da Salve à estrutura do museu, adicionando uma torre de acesso à esquerda da ponte. Em 2006, para comemorar o 10º aniversário do Guggenheim, um concurso foi realizado para modernizar ainda mais a ponte. O artista francês Daniel Buren venceu o concurso com sua obra L’Arc Rouge (O Arco Vermelho), que adicionou um toque de cor e tornou a Ponte da Salve um dos pontos mais fotografados de Bilbao.

Hoje, a Ponte da Salve não é apenas uma solução de engenharia para os problemas de tráfego, mas um ícone visual que conecta o passado industrial de Bilbao com sua transformação cultural e artística, sendo indispensável para qualquer visitante da cidade.

Ponte La Salve e Ria de Bilbao
Museu Guggenheim de Bilbao: o ícone de titânio que transformou a cidade

Horário: 10:00 – 20:00 horas

Na margem esquerda do Nervión ergue-se uma das estruturas mais reconhecidas mundialmente: o Museu Guggenheim de Bilbao. Essa joia da arquitetura vanguardista do século XX se tornou o símbolo de Bilbao e é um dos museus mais visitados da Espanha, recebendo mais de um milhão de visitantes por ano.

A Fundação Guggenheim escolheu Bilbao para abrigar uma de suas prestigiosas sedes, juntando-se a outras cidades como Nova Iorque, Berlim, Veneza e Abu Dhabi. O objetivo era fortalecer a presença da fundação na Europa e revitalizar a cidade, que atravessava uma crise econômica e ambiental no final dos anos 1990.

O projeto do Museu Guggenheim começou em 1992, e o arquiteto responsável pela transformação de Bilbao foi o canadense Frank Gehry, que projetou um edifício inspirado na história marítima da cidade. O resultado é um colosso de titânio que lembra um navio ancorado na ria, simbolizando a conexão de Bilbao com o seu passado industrial.

A tão aguardada inauguração do museu em 1997 marcou o início de uma nova era para a cidade, que deixou para trás seu passado poluído e entrou em um período de prosperidade e desenvolvimento. Graças ao Museu Guggenheim, Bilbao se tornou um ponto de referência mundial em cultura e arquitetura.

A arquitetura do Museu Guggenheim é, por si só, uma obra-prima. Frank Gehry revestiu o exterior do museu com titânio, um material inovador e resistente, moldado com a ajuda de um software originalmente usado pela NASA. As 33 mil placas de titânio formam curvas e formas ovais que conferem ao edifício seu caráter único. Com 24 mil m² distribuídos em três andares e uma altura máxima de 50 metros, o interior do museu é igualmente fascinante, com corredores em zigue-zague que ligam as 19 salas expositivas a um átrio central.

Museu Guggenheim, com a Aranha Mama e a Grande Árvore e o Olho ao fundo

A coleção do Guggenheim é composta por obras de arte moderna e contemporânea de artistas renomados, como Richard Serra, Anselm Kiefer, David Salle, Chillida, Jenny Holzer e Mark Rothko. O museu abriga uma impressionante variedade de pinturas, esculturas e outras formas de arte, que ocupam seus amplos corredores.

Além das exposições internas, o exterior do museu conta com várias obras de arte imperdíveis:

  • Puppy: Criado por Jeff Koons, esse “jardim em forma de cachorro” logo se tornou o mascote de Bilbao. O colorido Puppy recebe os visitantes na entrada do museu e transmite uma mensagem de positividade e confiança.
  • Mama: A icônica aranha gigante de Louise Bourgeois homenageia a mãe da artista, representando qualidades como inteligência e proteção. A escultura, localizada nas margens da ría, contém ovos de mármore em sua parte inferior, simbolizando a fertilidade e o cuidado materno.
  • Tulipas: Também de Jeff Koons, essa escultura colorida representa a infância e a inocência. As brilhantes tulipas, localizadas em uma das laterais do museu, refletem o estilo alegre e vibrante do artista.
  • A Grande Árvore e o Olho: Esta escultura de Anish Kapoor está situada no lago do Guggenheim. Composta por 73 esferas que refletem a cidade, o museu e a ria, a obra proporciona uma experiência única e interativa para quem a contempla.

A coleção do Guggenheim é composta por obras de arte moderna e contemporânea de artistas renomados, como Richard Serra, Anselm Kiefer, David Salle, Chillida, Jenny Holzer e Mark Rothko. O museu abriga uma impressionante variedade de pinturas, esculturas e outras formas de arte, que ocupam seus amplos corredores.

Embora a fama do Museu Guggenheim seja muitas vezes atribuída ao seu exterior icônico, o interior também merece ser explorado. O museu abriga obras de arte em grande escala, muitas vezes incomuns em museus convencionais. Como podemos ver na foto, o espaço interior foi projetado para acomodar instalações monumentais, criando uma experiência imersiva e única para os visitantes. Explorar essas obras grandiosas faz do Guggenheim um destino obrigatório para amantes da arte contemporânea.

Recomendo que você compre os ingressos para o Museu Guggenheim antecipadamente pela internet, já que é um dos museus mais visitados e os ingressos podem se esgotar. Comprar online garante sua entrada sem imprevistos. Você pode adquirir os ingressos neste site: https://tickets.guggenheim-bilbao.eus/

Praça Indautxu: vanguardista, ideal para uma pausa

Inaugurada em 2006, com seu estilo vanguardista, ela impressiona desde o primeiro olhar. No centro, um grande círculo de 40 metros de diâmetro define o design. Além disso, a praça é cercada por uma centena de árvores com mobiliário urbano estiloso, ideal para uma pausa. Para quem viaja com crianças, há também uma área recreativa infantil de quase 300 metros quadrados. Mas cuidado: muitas crianças jogam bola por ali, e você pode acabar levando uma bolada enquanto descansa nos bancos!

Azkuna Zentroa – Espácio Alhóndiga: um espaço cultural modernista

Onde antes havia um simples armazém de vinhos, hoje se ergue o Azkuna Zentroa, um emblemático edifício modernista que se tornou um dos principais centros culturais de Bilbao. Projetado com uma visão inovadora, os três edifícios que compõem o espaço são sustentados por 43 pilares, cada um deles desenhado pelo cenógrafo italiano Lorenzo Baraldi. Essas colunas, com uma diversidade estilística fascinante, representam diferentes culturas, arquiteturas, guerras e religiões, destacando a importância que a arte tem na história da humanidade e em nossas vidas.

O Azkuna Zentroa oferece muito mais do que uma arquitetura impressionante. Em seus 43.000 metros quadrados de espaço público, há auditórios, salas de exposições, cinemas, um centro esportivo, restaurantes e muito mais. Tudo foi projetado para promover a coesão social, como bem definiu o ex-prefeito e um dos principais promotores do projeto, Iñaki Azkuna: “Um ponto de encontro para a cultura e um catalisador para a convivência.”

Praça Moyúa: praça no centro da cidade com belos jardins

Localizada no centro de Bilbao, a Plaza Moyúa é uma das praças mais icônicas da cidade. Também conhecida como Plaza Elíptica, ela foi projetada no início do século XX e é o ponto de convergência de algumas das principais ruas da cidade, como a Gran Vía. A praça é um símbolo do urbanismo bilbaíno, combinando o estilo clássico com o toque modernista que caracteriza muitas áreas da cidade.

No centro da Plaza Moyúa, você encontrará belos jardins circulares com flores cuidadosamente dispostas, além de uma fonte que dá um toque especial à sua estética. Rodeada por edifícios de grande importância arquitetônica, como o Palácio Chávarri, e grandes hotéis como o Hotel Carlton, a Plaza Moyúa é também um ponto de partida ideal para explorar as atrações ao redor, incluindo a Gran Vía, uma das principais avenidas comerciais de Bilbao.

Finalizando o dia com um típico jantar da gastronomia basca

Finalizamos o dia com um jantar tradicional da gastronomia basca em um restaurante aconchegante no centro histórico de Bilbao. O menu nos brindou com especialidades locais, como o marmitako, a merluza a la ondarresa, e a lubina a la bilbaína, todos acompanhados de um delicioso txacolí, o famoso vinho branco da região. Os pratos não só estavam incríveis, mas também com um preço excelente.

Restaurante no centro histórico de Bilbao, com marmitako, merluza a la ondarresa e lubina a la bilbaína.

Conheça o resto de nossa aventura por País Basco nos links abaixo:

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